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O belo solar
construído em 1711 foi a sede da Fazenda Cachoeira, de
propriedade do Capitão-mór José de Souza Breves, grande
benemérito da região. Foi durante algum tempo teatro municipal e
sede da banda de música municipal de Arrozal,
existente há mais de cem anos, com o nome da cidade e da
santa padroeira dos músicos - Santa Cecília Arrozalense, data
comemorada em 21 de novembro.
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O acervo
histórico existente no Casarão das Artes em Arrozal, RJ
conta com materiais que pertenciam a Irmandade do Santíssimo
Sacramento de Arrozal, que durou de 1841 a 1941, e tinha
aproximadamente mil membros da corte dos estados de São
Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, inclusive da região
Sul Fluminense. |
Traje da Irmandade do Santíssimo Sacramento exposto no
Casarão das Artes em Arrozal, RJ. |
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A Irmandade
do Santíssimo Sacramento foi a proprietária do imóvel durante
cerca de cem anos, até ser doado pela irmandade à Mitra
Diocesana, que é a atual proprietária da construção. Há trinta
anos atrás, o local passou por sua primeira reforma completa,
mas foi abandonado, e se encontrava em estado precário, quando,
há três anos, Irmã Elizabeth resolveu montar o projeto do
Casarão das Artes. Hoje, as oficinas do Casarão das Artes
atendem cerca de 120 pessoas, e o projeto se estendeu além das
fronteiras do município. “Agora temos uma cozinha artesanal, com
fogão de lenha, para as famosas doceiras de Arrozal. As
tapeçarias da nossa oficina de tecelagem são compradas até por
comerciantes de Penedo, e temos mais de dez oficinas
funcionando”, conta orgulhosa Irmã Elizabeth, que pretende ainda
colocar o Casarão das Artes no roteiro turístico da região,
recebendo grupos para almoços e vendendo o artesanato produzido
nas oficinas do projeto.
Do sonho da
preservação nasceu mais uma oportunidade de trabalho e
desenvolvimento para a cidade de Arrozal. O pequeno distrito de
Piraí, guarda muitas lembranças do tempo do Brasil Imperial e do
Ciclo do Café. Entre estes marcos da história do país, estão
lugares ligados a Dom Pedro I e à família Breves, uma das mais
poderosas de seu tempo, que possuía fazendas no estado do Rio de
Janeiro e em Minas Gerais. O distrito de Arrozal guarda várias
lembranças deste período, na arquitetura de seus casarões, e nas
peças históricas encontradas na cidade, como documentos, peças
de mobília e fotografias.
Igreja do Arrozal e São João
Baptista
Veja também:
Reforma da igreja de São João Batista do Arrozal
Naquela
época, a cidade era a principal fornecedora de café do Império,
e haviam cerca de nove mil escravos - contando-se só os homens -
trabalhando nas fazendas das redondezas. O município era um
entreposto comercial movimentado pelos negócios do café e dos
escravos. Grande parte da produção agrícola de São Paulo passava
por Arrozal, para descer até Angra dos Reis ou Mangaratiba - que
na época possuía uma das maiores fazendas de ‘engorda’ de
escravos do país, pertencente à família Breves - de onde eram
encaminhados até o Rio de Janeiro. O imperador Dom Pedro I
também se hospedava com freqüência na cidade.
Com a
abolição da escravatura, em 1888, e o conseqüente declínio da
produção cafeeira, o município começou a perder sua força.
Capitão-mór
José de Souza Breves, O primeiro colonizador da região.
Proprietário da sesmaria Mangalarga, das fazendas da Cachoeira,
Cachoeirinha, Arrozal.
Uma foto antiga do solar de Arrozal,
antes da reforma.
Capela de Santa Rita em Arrozal onde
repousam o Capitão-mór José Breves e sua mulher Dona Maria
Pimenta de Almeida Breves. A capela foi construída por seu filho
- o comendador José de Souza Breves.
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