Ilmo. Sr.
Comendador Joaquim José de Souza
Breves.
Fazenda da Floresta, 16 de maio de
1888.
Certo das ordens de sua respeitável
carta de 13 do andante mês respondo-a
que, em presença de seus ex-escravos,
foi lida e explicada [sic] as
condições das vantagens que V. Sa.,lhes
oferece, e do que eles disseram tomei
nota que junto remeto-lhe, e
juntamente a nota dos que já daqui
saíram em número de 42. Veja que com
tal acontecimento o prejuízo é
inaudito: tem esta fazenda os milhos
para quebrar, 40 alqueires de feijão
sofrível para arrancar e que não se
pode adiar a colheita...
Com respeito e obediência, sou de
V.Sa., afilhado, criado e obrigado.
Eugênio de Souza Breves.
Depois que esta escrevi, vejo que até
o café colhido será difícil acabar de
secar para socar: os pretos querem já
impor os serviços que hão de fazer, a
hora e tudo mais que entendem. ESB.
Nas cartas seguintes, o administrador
esclarecia que os ex-escravos
aparentemente teriam concordado em
permanecer sob um sistema de parceria
no trabalho do campo, mas, em função
disso, consideravam-se senhores da
administração de seu tempo de
trabalho. Por mais que o administrador
se esforçasse, durante todo o mês de
junho não conseguiu retornar o
controle da organização do trabalho.
Os libertos agiam como se ele não
existisse, decididos a controlar sem
supervisão os serviços da colheita, da
qual, pelo sistema de parceria a eito,
haviam se tornado sócios.
Buscando manter o controle sobre o
ritmo de trabalho, o administrador
tentara, desde aumentar a ração de
carne nas refeições, matando bois para
agradá-los, até despedir os mais
insubordinados, que, entretanto,
simplesmente se recusavam a deixar a
fazenda. No final de junho, o
comendador Breves decide expulsá-los a
todos, com a ajuda de seus inúmeros
agregados livres. Mas também essa
tentativa fracassa.
Eugênio Breves. Col. F. Breves. |