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Impressões
vividas de uma visita à Fazenda do
Comendador Joaquim José de Souza Breves -
Pontal da Marambaia - por Assis
Chateaubriand em 1927.
Ao regressar com um
grupo de companheiros do vale do Piraí,
até onde nos levara uma das excursões que
fizemos pelas antigas zonas do café do
Estado do Rio de Janeiro, perguntou-me o
meu amigo o Dr. Clodomiro de
Vasconcelos(sabendo que voltáramos de
Mangaratiba), se havíamos visitado a
fazenda que o Comendador Joaquim Breves
possuiu na Marambaia. Tal visita fôra
impossível, mas coisas tão interessantes
nos contou o conhecido geógrafo sobre
aquelas paragens, que seduzi com o
colorido das suas impressões o meu amigo
Professor Mathias Peixoto, e fomos os dois
numa úmida manhã de agosto, tentar o
reconhecimento da Restinga da Marambaia.
Piloto
Temeroso
Quando
desembarcamos em Itacuruçá, o argonauta
que nos deveria levar ao pontal da
Marambaia olhou o mar, fixou a direção dos
ventos e, apontando com a mão tímida uma
cortina de nuvens erguida do outro lado da
restinga, sobre o Atlântico, disse sem
pestanejar:
E nem a ida
queria atrever-se a tentá-la. Foram
necessárias três horas de expectativa,
para induzir aquele nauta temerário a
afoitar-se no dorso do mar, até então mais
tranqüilo que ainda nos era dada
enfrentar. Alfredo de Vigny, diz que, não
pode haver mestre de armas melancólico.
Não sei, por outro lado como possa haver
piloto temeroso. O oceano é um excitador
permanente de coragem; e por isso mesmo
dir-se-ia impossível que exista um
prescrutador de estradas marítimas
saturado de medo. Pois o dono e maquinista
da lancha a óleo, que nos deveria levar de
Itacuruçá a Marambaia, além de se iludir
sobre o mar, revelava-se uma natureza de
tal modo sensível que não foi sem largo
debate que conseguimos induzi-lo a partir,
viajando conosco, numa linda baía
polvilhada de ilhas encantadoras, das mais
interessantes que meus olhos ainda
viram...
A restinga da
Marambaia
Segundo
Teodoro Sampaio, o mestre ilustre,
Marambaia é corrupte-la de "mbará-mbai,
cerco de mar, restinga, recife, língua
arenosa cercando o mar; ou corruptela de "mara-mbai"
- cerca, paliçada de guerra.
A restinga da
Marambaia deverá medir, pelo que me
disseram pescadores da região, de 6 a 7
léguas. É interessante olhar o mar alto,
furioso do outro lado, e cá dentro, na
Baía de Sepetiba as águas tranqüilas do
golfo, levemente esfloradas pelo vento. ã
distância, a massa dos vagalh·es
atlânticos parece ir tragar a faixa esguia
da língua de terra da Marambaia.
A ilha da
Marambaia é constituída de uma parte mais
elevada à oeste. A essa parte chamam de
pontal. Suas terras argilosas,
prolongam-se em extensa restinga arenosa,
para leste, numa extensão de 40
quilômetros. O ponto culminante do pontal
é o pico da Marambaia, elevando-se do
nível do mar numa altura de 480 metros.
Divisei-o pela primeira vez, quando vinha
para Mangaratiba, descendo a estrada de
rodagem que liga São João Marcos a esta
vila. Fronteira lhe fica a Ilha Grande,
formando com ela uma das barras da Baía de
Sepetiba. O canal que separa o pontal da
Marambaia da Ilha Grande é de 12
quilômetros de largura. Os pescadores
dizem que ela é visível a 40 milhas de
distância do mar. O Dr. Clodomiro de
Vasconcelos, que é conhecedor minucioso
daquelas paragens, disse-me que o canal é
de tão considerável profundidade que
permite acesso à baía de qualquer calado.
Conversando com o
Dr. Clodomiro sobre a Marambaia, ele me
informou:
A Ilha da
Marambaia, pela constituição do seu solo,
presta-se para várias culturas e para
pastagens de rebanhos bovinos, caprinos,
etc. As terras férteis, produzem bem o
café, cereais, fumo, mandioca, cana de
açúcar, batatas, inhame, cocos, etc.. O
guriri, é um coqueiro selvagem ali muito
abundante, e das suas palmas se servem os
negros residentes na ilha, para fazerem
cobertas e tapumes dos ranchos em que
moram.
A
prosperidade da Marambaia, data da sua
aquisição pelo Comendador Joaquim José de
Souza Breves. Não quero aqui fazer a
biografia dos maior dos Breves. Agrippino
Griecco traçou-a já para esta mesma edição
comemorativa. Os domínios deste grande
senhor territorial abrangiam a restinga,
atravessavam o mar, desdobrando-se da raiz
da serra, Mangaratiba e o Saco de
Mangaratiba, até o vasto cafezal que se
alastrava do começo do altiplano em São
João do Príncipe, para ir morrer a onda
verde do café, na propriedade do opulento
cafezista do Vale do Paraíba, na Fazenda
da Marambaia. Quem vinha do Rio de Janeiro
para Mangaratiba por via marítima,
encontrava na Fazenda da Marambaia, à orla
do oceano, o primeiro marco do poder
agrário dos Breves.
Na Marambaia
plantava-se café nas encostas da montanha,
cereais, milho, feijão, mandioca, cana de
açúcar e criava-se gado.
A casa da fazenda
que visitamos e que é hoje propriedade do
Ministério da Marinha, está muito
danificada. É um solar de 58 metros de
frente, com um largo alpendre corrido em
toda a extensão da casa. O Dr. Clodomiro
de Vasconcelos me disse que ela era ainda
maior no tempo dos Breves. Ruíram algumas
das dependências, como decorações dos
tetos de várias peças já abatidas pelo
tempo. Vi numa sala do vasto solar,
pedaços dourados e frisos de tetos
desabados em triste abandono. Tudo ali,
dizem-me, era sóbrio, sem maior gosto
artístico, mas grandioso e confortável. As
janelas do solar se abriam nas épocas de
trabalho intenso de colheitas e plantios,
ou nos dias e noites de festas, quando se
também se cerravam as portas da capela
para as missas solenes do mês de Maria ou
de Nossa Senhora do Rosário. Abandonadas
por mais de trinta anos, sem nenhum trato,
as construções da fazenda sofreram as
injúrias inevitáveis do tempo. O molhe de
pedras onde atracavam os navios "Marambaia
e Emiliana", já não existe mais. O grande
trapiche à beira-mar jaz de ruínas. As
senzalas desapareceram, e as árvores
frutíferas morreram. Do que o Comendador
Breves ali plantou resta apenas o
coqueiral da praia - uma encantadora massa
vegetal, cuja paisagem à distância evoca
imediatamente a lembrança das praias do
Norte.
O nosso
desembarque na Ilha se fez em condições
absolutamente primitivas. A lancha parou a
50 metros do litoral, e o Dr. Mathias
Peixoto e eu descemos para a terra firme,
seguros ao pescoço de dois amigos
prestimosos, que nos acompanhavam desde
Itacuruçá em trajes de banhistas. O molhe
de atracação foi quase destroçado pelo mar
e, sem embargo dali haver estado uma
escola de grumetes, não encontramos ponto
nenhum onde pudesse acostar sequer uma
lancha.
Disse-me o Dr.
Afonso de Taunay, que depois da morte do
Comendador Breves, um seu parente próximo
- Monsenhor Breves, professor do Colégio
Pedro II, grande amador de caçadas, ali
residiu. Deveria ter sido sua residência
por pouco tempo, porque já no
"encilhamento do século", era a fazenda
vendida a uma companhia agrícola, que ali
fez várias plantações e criou bastante
gado.
Grande era o
número de escravos que cultivavam as
terras da Marambaia. Estes escravos não
eram apenas os negros da fazenda, mas
também um certo elemento nômade, que o
grão-senhor possuía nas suas outras
fazendas da região serrana, e que ele
fazia periodicamente descer,
acrescentou-me o Dr. Clodomiro de
Vasconcelos, quando urgia intensificar o
trabalho da Marambaia. Proprietário de
mais de 6 mil escravos, o Comendador
Breves possuía uma massa de manobra, que
deslocava para os diversos pontos dos seus
latifúndios, onde o serviço reclamava
momentaneamente maior quantidade de
braços.
Natureza andeja,
tendo perto de 60 fazendas que fiscalizar,
o Comendador Joaquim Breves conciliava a
necessidade do controle dessas
propriedades agrícolas com um nomadismo
providencial de temperamento. Dir-se-ia
que nascera com o dom da ubiqüidade..
Deixando-se ficar mais dias na Fazenda da
Grama, em São João do Príncipe, contudo
dividia o tempo por todas as outras
fazendas, inclusive a Marambaia, que
possuía na sua organização agrária, uma
função de marcado relevo. Grande
importador de escravos, para atender às
necessidades cada vez mais insistentes do
cafezal - a grita por colonos italianos,
que hoje levantam os fazendeiros de café
paulistas, era há meio século a mesma dos
fluminenses, pela mão-de-obra africana - o
Comendador Breves vivia em contato com
aqueles que faziam o tráfico de escravos
com o continente negro. A Marambaia era
neste sentido um ponto estratégico. Ele
lhe abria completamente o domínio do mar,
para as comunicações seguras com os navios
negreiros, que lhe traziam do outro lado
do Atlântico, o combustível humano com que
alimentava o fogo do trabalho do cafezal.
Aquela fazenda era o pulmão da sua
grandeza latifundiária, em baixo e no alto
da serra. O crescimento do cafezal impunha
ao senhor o aumento do braço escravo. A
repressão do tráfego encetada nos mares
pela Inglaterra, criava toda sorte de
obstáculos à importação do braço negro; de
sorte que a posse de um local seguro
daquele desembarque, importava para Breves
no mesmo que possuir uma ligação
permanente com os piratas que deveriam
assegurar-lhe o abastecimento da mão de
obra no cafezal.
Senhor de tão
considerável colônia de negros, as
contingências do seu próprio poder lhe
impunham uma certa brandura no tratamento
dos pretos. O Dr. Clodomiro de Vasconcelos
assim me explica sua política
escravocrata.
- "Breves era um
homem de poucas luzes, mas de uma grande
vivacidade. Satisfazendo-se nas escravas
que possuía em grande número, e querendo
manter real simpatia da parte dos negros,
sempre irritados pela energia excessiva
dos feitores, Breves mostrava-se por vezes
bondoso, cheio de uma bondade que resumia
em melhoria de bóia, em maiores rações de
cachaça, e na permissão para os bailes,
com adufe e cavaquinho no terreiro da
fazenda: dançava-se o cateretê, o batuque
e o jongo, sendo muito apreciada a última
dança. A dança seduz ainda hoje os pretos
que vivem ou vegetam na Marambaia: são
loucos pelas cirandas, bailes ou sambas.
Para uso dos
banhos de mar desciam das fazendas da
região serrana, a família, os parentes e
amigos do Comendador Breves, onde então
realizavam festas e mais festas na Fazenda
da Marambaia. Bailes, grandes saraus,
fazendo-se o embarque dos convidados na
praia do Saí, de onde partiam grandes
canoas de voga e lanchas de muitos remos,
rumo à Marambaia. Farto, Breves dava
festas que atraíam gente de muitos lugares
em roda - gente de Angra dos Reis, de
Mangaratiba, de Itaguaí e da Ilha Grande.
O depoimento
dos escravos
Os Breves eram
mal afamados. A várias pessoas me tenho
dirigido, em busca de dados acerca dos
métodos de vida desse clã de cafezistas, e
na sua maioria, quase todos me transmitem
referências pouco abonadoras, que,
entretanto, ficam mais ou menos vagas, sem
concretizar-se num fato. Se o homem que
vence já é pouco estimado, imagine-se
agora uma família vitoriosa em bloco.Os
Breves dominaram desde o mar até a
montanha. De Mangaratiba ao alto da Serra,
seu poder se estendia incontrastável. A
fortuna não se empolga sem agressividade;
e uma vez ganha, para possuí-la, é preciso
saber encarar pelo resto da vida a fora
perspectiva de combate. Acredito que as
gerações de "ratés", que assistiram
imponentes a ascensão dessa gente
enérgica, deveriam ter espalhado por conta
dela, toda a sorte de calúnias. No vasto
deserto destas almas medíocres teriam
nascido as lendas que ainda hoje se
registram com uma constância inexorável,
da suposta crueldade dos Breves. Quis a
fortuna que eu me encontrasse na Restinga
de Marambaia com os antigos escravos do
Comendador Joaquim Breves. Falei a vários
deles, e de dois pretos recolhi até os
nomes: Adriano Júnior e Gustavo Vítor,
este filho por sua vez de um antigo
escravo de Breves, chamado Vítor, comprado
pelo senhor quando adquirira a Fazenda do
pontal da restinga da Marambaia. Adriano
Júnior residiu na célebre Fazenda de São
Joaquim da Grama, donde o senhor o trouxe
para vir trabalhar nesta outra fazenda da
restinga. Têm para mais de 80 anos. É pai
de 12 filhos, todos morando na Marambaia.
Gustavo Vítor
parece mais................. arrastado,
como quem procura compor fragmentos de
histórias, que ninguém nunca lhe veio
lembrar. Perguntei-lhe que tal era o seu
antigo senhor, e ele me retrucou:
- "Era um véio
bão. Quando via nego assentado, despois do
serviço, apreguntava se nego tava triste.
E mandava reunir a senzala para dançar o
cateretê e o batuque, fazendo tocar o
bumba da barriga".
Parece que a mesa
era farta, nas senzalas dos Breves.
Adriano Júnior disse-me que o senhor era o
pai da pobreza. Quando vinha de
Mangaratiba para Marambaia, a bordo ou do
vapor "Marambaia", ou do "Emiliana", a
senzala se alegrava. Pelas narrativas que
ouvi desses dois antigos escravos,
acredito haver confirmação para o quanto
já ouvira dizer a propósito do destino da
fazenda que ali mantinha Breves. Grande
proprietário territorial precisando
incessantemente de braços, afim de
prosseguir na sua atividade dentro dos
cafezais que possuía no altiplano e nos
engenhos de cana que tinha na planície,
Breves como qualquer fazendeiro hoje de
São Paulo, carecia de colonos. Naquela
época o único colono possível de importar
em larga escala era o negro contrabandeado
da África - os pobres pretos roubados do
outro lado do Atlântico, e transportados
pelo piratas para serem vendidos nas
terras do Novo Mundo.
Gustavo Vítor me
disse:
- "Gente vinha da
baía dãngola premero pra aqui. Engordava,
e despois ia pra roça, trabaiá no cafezá".
Na Marambaia
havia também cafezal, mandioca, milho e os
negros velhos com quem falei todos me
disseram que nas fraldas dos morros
existiam plantações de café, que depois
desapareceram. Todavia, ao que se me
afigura, o emprego mais importante daquela
fazenda, era o de servir de ponto de
desembarque de pretos contrabandeados da
África. Os escravos, que saíam dos por·es
dos navios negreiros, permaneciam algum
tempo naquele viveiro. Reconstituiam as
forças perdidas na travessia
transatlântica. Cevavam-nos, e uma vez
assim retemperados, eram distribuídos
pelas fazendas do alto da serra. Logo, o
que Breves possuía na Marambaia, era uma
estação de engorda do seu pessoal de eito,
e isto, explica as ótimas recordações que
aqueles velhos escravos guardam do senhor
já desaparecido há tantos anos. Deveria
comer- se bem na Marambaia, porque o
objetivo mais importante daquela fazenda
não era produzir café, mas fornecer
mão-de-obra forte, robusta, para o
trabalho do cafezal.
O cadinho da
Marambaia
As condições de
existência hoje na Marambaia são as mais
miseráveis possíveis. Os pretos dos Breves
permaneceram na fazenda, aumentando a
população local, com o seu reconhecido
poder de proliferação. Mal grado as
condições de evidente sub- nutrição de uma
gente que se pode dizer vegeta, pescando
para comer, porque destituída de qualquer
estímulo para trabalhar e poupar, o pontal
da ilha tem ainda uma população não
inferior a 500 habitantes. Aqueles 500
homens que ali habitam, muitos senão quase
todos, ignoram até a forma de governo que
tem o Brasil. Poucos os que sabem ler.
Todos os que interroguei não sabiam da
existência de Washington Luiz ou Feliciano
Sodré. Levam uma existência mais ou menos
promíscua, e não sabem para que fazem
filhos. O pontal da restinga é de
propriedade do Governo Federal, o qual é o
dono da antiga fazenda dos Breves.
Estabeleceu ali a Escola de Grumetes que
depois foi transferida para Angra dos
Reis.
A casa está
confiada a um zelador do Ministério da
Marinha e as terras são exploradas
rudimentarmente por aqueles pobres homens,
aos quais se acolcheta a divisa dos
antigos gaúchos do pampa argentino, "nodie
es mas que naide". Vivem sem ambições e
sem subordinações. Nada desejam nem nada
esperam da vida. Não sentem a tutela nem a
miséria dos governos, de quem os separa o
mar. Tampouco lhes afeta a justiça ou
injustiça dos homens. O conceito da
propriedade imóvel não tem nenhuma noção
para o seu consciente, porque o governo
não aparece ali diante deles, para
interrompe-la num ato qualquer, que
materialize a sua posse. O zelador do
Ministério da Marinha é um posseiro como
eles, e o qual como eles vive sem
trabalhar. As águas do golfo bastam para
matar todos os apetites de fome. É só
lançar o anzol e sentir o peixe morde-lo.
As roças em torno das choças são
plantações mesquinhas, dizendo do
fatalismo do homem que as cultiva.
Dir-se-á que o gentio indolente daquelas
paragens transmudou-se no caboclo, que ali
defrontávamos.. Capitaneados por um senhor
enérgico, viril, combatiam a outrora
natureza, e dominavam-na. A morte do
senhor, o fim da escravatura restituíram
aos homens o domínio de si mesmos. Isto
foi a ruína deles. Conformam-se pela mesma
tendência dos sangues inferiores que
traziam nas veias, à adversidade. O meio
subjugou-os e, sem capitão, falhos de
personalidade, deixaram-se vencer pouco a
pouco, até se afundarem na miséria em que
os deparamos.
Porque, na
verdade, a região do Piraí, São João do
Príncipe, Passa Três, Rio Claro - no
altiplano; Mangaratiba, Itacuruçá - no
litoral; são extremos de outra colonização
afora o africano e português. Em
Cantagalo, Friburgo, por exemplo, surgiram
os colonos alemães. As elites dominantes
confundiam o seu sangue ao dos imigrantes
do norte da Europa e surgiu um precipitado
operoso, com iniciativa, que muito tem
contribuído para o progresso fluminense.
Aqui, não. Caldearam-se aborígenes,
africanos e portugueses. Mangaratiba foi
até mesmo aldeamento de índios. Brancos,
pretos, mamelucos, cafusos, aqui havia e
ainda haverá talvez tudo o que, isoladas
as mescladas podem dar as raças que
primeiro entraram na nossa formação
étnica.
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