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Surgiu a “Fazenda do Leme”, que durou
até fins do século XIX. Sua sede era
uma casa térrea que ainda existia nos anos trinta, na base do morro
do Chapéu Mangueira. Em meados do século XIX, a família Suzano
vendeu grande parte desses chãos ao Comendador João Cornélio dos
Santos, que, entretanto, nada fezcom eles.
As coisas estavam nesse pé quando em 1873 surgiu a figura do alemão
Alexandre Wagner, capitalista e grileiro. Wagner comprou a 07 de
maio de 1873 todas as terras da família Suzano e de seu vizinho, o
Comendador João Cornélio dos Santos, tornando-se único proprietário
dos chãos que iam do morro do Leme até a Pedra do Inhangá.
Wagner abriu diversas ruas em suas terras, doando-as à
municipalidade em
1874,mas o isolamento de Copacabana impediu qualquer loteamento
sério na região.
Em 1881, seus dois genros e procuradores Theodoro Duvivier e Otto
Simon fundaram a empresa Duvivier & Cia. Levando avante a abertura
das referidas ruas e desenvolveram o seu loteamento. Entretanto,
poucos foram lá morar.
Copacabana começou a tornar-se uma realidade quando em julho de 1892
foi
inaugurado o túnel ligando a rua Real Grandeza, em Botafogo, à Rua
Barroso (atual Siqueira Campos), por iniciativa da Companhia Ferro
Carril do Jardim Botânico, quando gerenciada pelo inteligente
engenheiro José Cupertino Coelho Cintra.
O bonde ia até a estação,
localizada na Praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correia) e foi um
grande avanço para a efetiva ocupação do bairro. Dois anos depois, o
Prefeito Coronel Henrique Valadares inaugurou dois novos ramais,
Leme e Igrejinha (atual Posto VI), sendo as novas linhas inauguradas
a 15 de abril. Onze dias depois, era lançado ao público o novo
loteamento do bairro do Leme, com várias ruas já cordeadas.
Em 1904 a Companhia Ferro Carril do
Jardim Botânico inaugurou sua nova estação e restaurante anexo, logo
arrendado à Cervejaria Brahma.
CÂMARA MUNICIPAL
Um dito de João Martins Cornélio dos Santos pedindo
concessão para fazer o calçamento, dado o nivelamento previamente do
engenheiro da Câmara[19], da frente de sua casa à rua do Imperador
n.º 62, com pedras miúdas e cobertas com cimento, a exemplo do que
se tem concedido a outros proprietários. Concedido na forma
requerida, dando o respectivo engenheiro o nivelamento.
Ata da sessão da posse da municipalidade, que tem de funcionar
durante o quadriênio de 1869 a 1872, aos 7 dias do mês de janeiro de
1869, sob a presidência do sr. tenente-coronel João Batista da
Silva.
Ofício
Il.mos Srs.. Estando regularizando o alinhamento e nivelamento das
ruas desta cidade, que não estavam feitos, já este ano dei começo a
estes trabalhos gráficos, ficando para mais tarde dar o resultado
deles, logo que estejam todas as ruas regularizadas.
Na rua do Imperador, lado esquerdo, o [lajeado] da casa de João
Martins Cornélio dos Santos é a base do nivelamente desse lado, e do
lado direito a casa de Valbert Robb [sic], no fim dessa rua.
O alinhamento da rua Westfália é a casa de Pedro Flaeschen do lado
direito, e o da rua Aureliana, a casa de Antônio José de Oliveira
Silva, do lado esquerdo.
As mais ruas que já se acham edificadas quase em sua totalidade,
ficam sendo em seguimento o seu verdadeiro alinhamento, e o maior
número de casas lajeadas, no mesmo nível, servirá também de
nivelamento, para não alterar tanto a altura dos prédios, e para não
ficarem alguns enterrados e outros pendurados.
Dando conhecimento à Câmara do andamento destes trabalhos, satisfaço
o que a mesma Câmara me incumbiu logo que lhe ofereci os meus
trabalhos como engenheiro, e estes gratuitamente. Deus guarde as V.
S.as. Paço da Câmara Municipal de Petrópolis, 31 de dezembro de
1869. Il.mos Srs. presidente e mais vereadores. O engenheiro Manuel
Antônio Bordini.
UM REQUERIMENTO
Um requerimento de João Martins Cornélio dos Santos,
datado em 24 de março último, nos termos seguintes: "Il.mo Sr.
presidente da Câmara Municipal de Petrópolis. Diz que João Martins
Cornélio dos Santos, morador à rua do Imperador, nº 62, que tendo já
representado à Ilma. Câmara Municipal pedindo providências sobre o
mau estado da casa mesma rua, nº 64, que fica ao lado da do
suplicante e cujo estado ameaça desabamento eminente, (como foi
verificado pela vistoria feita por ordem da própria e Ilma. Câmara),
especialmente depois dos últimos dias de chuvas contínuas; vem pedir
de novo a Ilma. Câmara providências prontas, protestando ( no caso
contrário ) como o faz desde já, contra a mesma Ilma. Câmara pelos
prejuízos, perdas e danos que venha a sofrer, e pelo que pede se
sirva deferir em forma requerida. Espera real mercê."
O sr. dr. do Val pediu a palavra e declarou que tendo chegado ao seu
conhecimento não só o ofício de Bernasconi, como também o
requerimento de João Cornélio, há pouco lido, concernente tudo à
casa da massa falida de Falque & Irmãos, à rua do Imperador, nº 64,
e entendendo que se devia providenciar prontamente a respeito,
ordenara, no dia 8 do corrente, ao procurador da Câmara[136], que
promovesse judicialmente, e como fosse de direito, a demolição do
prédio em questão, na parte que ameaça desabar sobre o de João
Cornélio. À vista do que, a Câmara aprova o procedimento que a
respeito tivera o sr. dr. Val e deliberou que o requerimento de João
Cornélio fosse ao procurador da Câmara, para proceder como lhe fora
ordenado. |
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