Curiosidades, Mitos, Lendas e Realidade nas terras dos Breves

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   A minhoca, o sapo e outras "breves" 

  fobias.

 
  Sapo Cururu  
     
 

O medo é ancestral e nos protege. A sobrevivência da espécie humana teve como aliado o medo, funcionando como um aviso na hora do perigo e possibilitando nossa precaução contra um perigo iminente.

Parente próximo do medo é a fobia, que é uma espécie de medo acentuado, excessivo, desmedido, na presença ou previsão de encontro com o objeto ou situação que causa ansiedade, num grau elevadíssimo.

Dizem os especialistas, que quando estamos diante de ações e objetivos que precisam ser alcançados, o medo atua como regulador da inteligência, que é estimulada no sentido da melhor escolha, visando evitar o fracasso das metas estipuladas.

Algumas fobias e medos dos Breves antigos:
 

O comendador Joaquim Breves, o poderoso “rei do café no Brasil Imperial”, costumava dizer que não passava em túneis, se referindo ao túnel aberto pela LIGHT no Rosário para passagem das águas que alagariam a cidade.

- Não sou minhoca para me arrojar por baixo da terra!

Montado em sua besta, dava enorme volta para chegar a São João Marcos, provocando comentários jocosos nos moradores da região.

Fotomontagem. Dragão Imperial e túnel da Estrada de Ferro.
 

Seu bisneto Reynato Frazão de Souza Breves, empresário bem sucedido no ramo de transportes, tinha verdadeiro pavor de sapos e similares.

Uma vez, em sua fazenda, sacou o Smith Wesson 32  da cintura e descarregou num sapo que se alojara no curral de sua propriedade.

Seu irmão Felipe tinha dois filhos.  Sentado na sala de visitas de sua fazenda na Ponte das Laranjeiras ouviu:

O meu é o mais bonito! O meu é o mais bonito! Repetiam os garotos.

Chegou à janela e se deparou com uma cena inusitada. Os dois garotos estavam na carroceria do caminhão, e para espanto do fazendeiro brincavam com dois sapos grandes.

Horrorizado, mandou soltar os animais e providenciou um banho para a molecada.

 

Uma Breves, tataraneta do comendador Breves, não podia olhar para uma figura de batráquio que ficava em pânico. Ao vivo, então, faltavam-lhe pernas para correr.

No entanto, em seu sítio em Piraí, construiu em concreto um sapo gigante. Pintado com as cores de um sapo, e abrigado por enorme cogumelo vermelho, o artefato foi durante bom tempo a alegria dos seus inúmeros netos.

 

Sapo e cogumelo. Piraí, RJ.
 

Outro Breves, morava em uma casa grande à entrada da cidade. Na meia idade, resolveu que não poria mais os pés na cidade se não fosse por dentro de sua casa.

Idéia na cabeça, e promessa prometida de não ir à cidade, resolveu aumentar a casa. Entretanto, é sabido que a residência do medroso ficava cerca de 2 quilômetros da entrada do povoado.

Não perdeu as esperanças. Alertado por familiares e amigos que não conseguiria seu intento, não desistia nunca.

Sobrava algum dinheiro do café, e lá ia ele para construir mais um cômodo e varanda. Morreu sem conseguir chegar, mas morreu tentando.

Parece piada, mas é verdade.

Talvez, o Breves “da casa comprida” quisesse repetir o feito de seu ancestral maior, o próprio comendador Joaquim Breves, que dizia a todos que podia ir do Rio de Janeiro no litoral, baixada e serra, atingindo o Piumbí, Aiuróca e Bocaina, nas Minas Gerais, sem pisar em terra que não lhe pertencesse.

Esse conseguiu atingir seus objetivos, e não era por medo. Ao outro parente, faltou tempo e dinheiro.

 

Fotomontagem - A casa comprida dos Breves. Casa e senzalas da Fazenda Ponte Alta, Barra do Piraí, RJ.
 
 
     
 

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