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História:

Preocupado com a falta d’água que afetava a cidade do Rio de Janeiro, D. Pedro II mandou plantar a Floresta da Tijuca em 1861, sendo este o primeiro exemplo no Brasil, de reconstituição de cobertura vegetal com espécies nativas.

Quando a cidade começou a crescer com a chegada da família real, as florestas e matas circundantes começaram a ser devastadas para plantio, e suas madeiras eram usadas, para lenha e carvão. Com as plantações de café a coisa piorou ainda mais e até as encostas das montanhas foram devastadas. Por quatro vezes seguidas, na primeira metade do oitocentos, o Rio de Janeiro foi castigado por secas e com a devastação das matas houve um comprometimento das nascentes dos rios. Um trabalho planejado, com a desapropriação prévia, desde 1854, de terrenos, sítios e propriedades onde estavam as nascentes, foi iniciado visando o reflorestamento com espécies nativas. Logo no primeiro ano, o administrador da floresta plantou 13.500 mudas. Apesar da forma pouco técnica e pouco científica com que o trabalho foi realizado durante longos anos, apesar da incompreensão dos órgãos públicos que cortavam as verbas sempre, no final do século já haviam sido plantadas 90.000 árvores e havia "nascido" uma magnífica floresta que hoje emoldura e protege a cidade do Rio de Janeiro e que foi transformada neste século, em parque municipal, tornando-se num dos lugares mais visitados pela população local e pelos turistas.

Descrição: 

É a maior floresta artificial do mundo, também é a maior em área urbana. Compõe-se de 3 grandes conjuntos de matas separados por eixos rodoviários que lhe permitem acesso fácil e rápido a partir dos bairros com que faz fronteira: Tijuca, Botafogo, Jardim Botânico, Gávea, São Conrado, Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Grajaú, Vila Isabel, Rio Comprido e Laranjeiras.

Com muitos pequenos animais vivendo livremente em área de mata fechada, possui rios, quedas d'água, lagos, mirantes, pontos de parada com mesas e "play-grounds" etc..

Entre seus muitos destaques estão o Açude da Solidão, o Bom Retiro, a Capela Mayrink, a Cascata Gabriela, a Cascata Taunay (Cascatinha), o Excelsior, a Gruta Paulo e Virgínia e a Gruta Luiz Fernandes.

É uma área de lazer pela qual se pode passear a pé, de bicicleta, motocicleta ou automóvel; a observação a partir de aviões ou helicópteros é permitida, mas vôos rasantes (menos de 300 m de altura) não são permitidos em nenhum dos parques nacionais do Brasil. Escaladas e pique-niques são atividades permitidas. O ingresso de animais domésticos (cães, gatos, cavalos etc.) não é permitido.

Sendo área de proteção ambiental, não são permitidos atos que possam perturbar o sossego dos animais ou causar qualquer outro prejuízo ao meio-ambiente, como jogar detritos nas matas, usar objetos sonoros que perturbem o ambiente, coletar espécimes de qualquer natureza (animal, vegetal ou mineral), caçar ou pescar, perseguir animais, fazer fogueiras, lavar automóveis etc..

É o segundo menor parque nacional do Brasil, com área aproximada de 3300 ha (33 Km²).
 

Flora: 

A mata tropical pluvial original da região foi quase totalmente eliminada nos primeiros séculos da história da cidade. As mudas de árvores plantadas aos milhares foram trazidas de áreas vizinhas (Pedra Branca, Guaratiba etc.). A natureza foi gradualmente retomando seu curso e hoje há uma mata fechada de flora diversificada. 

Ali encontram-se espécies como: murici, ipê-amarelo, ipê-tabaco, angicos, caixeta-preta, cambuí, urucurana, jequitibá, araribá, cedro, ingá, açoita-cavalo, pau-pereira, cangerana, canela, camboatá, palmito, brejaúba, samambaiaçu, quaresmeira, caeté e pacova - além de musgos e líquens.

Há ainda espécies aclimatadas, que originalmente não compunham a flora local, como: bambu, dracena, beijo-de-freira, jaqueira, mangueira, fruta-pão, jambeiro, jabuticabeira e cafeeiro.

Fauna: 

Muitos animais ainda encontrados em matas semelhantes na Serra do Mar ali não se encontram, em conseqüência da devastação ocorrida nos primeiros séculos da cidade. No entanto, há insetos e aranhas de diversas espécies, cobras (caninanas, corais, jararacas, jararacuçus), lagartos (calangos, iguanas, teiús), aves (saíras, rendeiras, tangarás, arapongas, beija-flores, juritis, gaviões, urubus, urus, jacupembas, inhambús-chintã), mamíferos (sagüis, macacos-prego, cachorros-do-mato, gatos-do-mato, quatis, guaxinins, pacas, ouriços-coendu, caxinguelês, tapitis, tatus, tamanduás-mirim, gambás) etc..

Nem todos os animais podem ser vistos pelos visitantes: alguns são notívagos, ao passo que outros escondem-se de seres humanos.

Geologia: 

Com predominância de rochas compostas de gnaisse, há também grandes blocos de granito e veios de pegmatito. O maciço possui interrupções por diques de diabásio que, com a erosão, deram origem a gargantas e vales (como o Vale dos Macacos, Mesa do Imperador, Garganta do Mateus etc).

Embora seja muito conhecido como Floresta da Tijuca, na verdade a Floresta da Tijuca é apenas uma das muitas partes que compõem o Parque Nacional da Tijuca.

 

   

Texto de José Conde da Rocha
http://www.almacarioca.com.br/tijuca.htm

 

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