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Lembranças dos Suckow, Monteiro de Barros, Breves e Lima

Por Luís Augusto Carsalade Villela de Lima

 

Continuando a série de e-mails, em 03/11/2007:

É verdade, o meu ramo é o do Thomé de Souza Breves, "Breve miúdo" suponho... Mas como se casavam muito entre parentes, acabamos descendente dos mesmos (como é que eles conseguiam as "dispensas" para casamentos de tio com sobrinha é que é um mistério!)

Tenho aqui dois documentos que talvez possam te interessar, pois se referem aos Barões de Guararema, citados no seu site. Seguem anexos. Na carta da Baronesa fica patente o interesse dela pelo Eliseu Visconti. Aliás, foi uma parente que deu esses documentos, junto com um leque, à minha tia avó Laetitia de Lima Delamare, que, guardando o leque para si, me deu os papéis que aí vão. Isso aí pelo ano 1976, numa de minhas férias no Rio (nasci - 1958 - e me criei em Belo Horizonte e hoje moro em Nova Lima, cidade da grande BH e terra do meu bisavô Augusto de Lima, daí o nome).

O convite da Sociedade Italiana nos faz pensar nos laços de amizade e parentesco com o Conde Fé d'Ostiani.

Sobre este fidalgo italiano, não sei se você conhece, um fato curioso: durante muitos e muitos anos o principal livro de receitas das famílias brasileiras foi o famoso  "Rosa Maria - A arte de comer bem". Hoje em dia pululam em todas as mídias disponíveis receitas as mais variadas e a gastronomia tornou-se um gênero de primeira necessidade (alguns condomínios sofisticados agora oferecem "espaços gourmet" para seus inquilinos). Mas durante décadas, o  "Cozinheiro Imperial"  e o "Rosa Maria" eram os únicos títulos disponíveis. Pois bem, este livro, muito pitoresco, escrito em forma de cartas de uma mãe para a filha, teve origem em apontamentos do maître d'hotel do Conde Fé d'Ostiani, acrescidos de receitas de uma "tia Ritinha" que, dizia-se em família, seria minha trisavó Rita Clara Monteiro de Barros de Suckow. Porém, lendo seu site, suponho tratar-se de uma sua tia homônima, Rita Clara de Moraes Breves, cujo retrato está no IHGB. A cópia da carta-prefácio do "Rosa Maria", foi uma prima que me enviou e não está nada boa, mas vai como referência.

Carta da Baronesa de Guararema (frente) Carta da Baronesa de Guararema (verso)

(Coleção Luís Augusto C. V. de Lima)

(Coleção Luís Augusto C. V. de Lima)

   

Transcrição da carta da Baronesa de Guararema

Arquivo Luís Augusto de Lima

 

Minha Boa Marinella

 Corte, 3 de março de 1882.

 

Estes dias recebi uma carta do Elizeu, elle pedia me que queria voltar, por causa das aulas do Liceu, porem eu não o quis porque reina ainda aqui alguns cazos de febre amarella, porem quando Seu ? ahi for, pedirei a elle p trazello.

Agora quero saber como vão de saúde se já esta mais gorda e se já gozas melhor saúde e se o Alfonso continua sempre forte.Voce não tem cumprido o seu dever pois desde que daqui sahistes ainda não tivestes animo de pegares na pena para me escreveres. Marinella l’ingratitudine e una cattiva cosa, eu que sempre continuo doente tenho sempre alguns momentos pª  te escrever e aconselhar-te que não falles demais e que sejas sempre bem criada para com todos ,para seres respeitada e amada de todos que te conhecerem. Diz ao Seu Manuel Antonio que me mande um capado, alguns frangos e ovos se houverem e também banha de porco.

Adeus mª ba Marinella suada ao Seu Manuel A, D. Thereza, Alfonso, Elizeu e todos os músicos e você aceita um abraço e a estima da

Baroneza de Guararema

 

Mais adiante complementa, no mesmo dia:

... acabo de ver a página, qua não tinha visto antes e fiquei surpreso de ver a contribuição da Jane Pena Rocha sobre tia Buru, apelido que juntamente com os das irmãs Birí, Boró, Burú cansei de ouvir falar na família como sendo filhas de tia Memnê - aliás o talento para apelidos na família merecia um capítulo à parte - Hermínia Monteiro de Barros de Moraes, irmã da minha trisavó Rita Clara Monteiro de Barros de Suckow. Um de seus filhos, o caçula, tio Júlio, casou com a prima, Birí, Ana Solange Gonçalves de Moraes.
Anexo uma fotografia do casal do qual descendo, no meio dessa floresta de parentescos: Rita Clara Monteiro de Barros e Dr. Gustavo Adolpho de Suckow. Ela 7ª filha de Julio Cesar de Miranda Monteiro de Barros e de Emiliana de Souza Breves (filha de Luiz de Souza Breves e de Maria Pimenta de Almeida Breves, neta de Thomé de Souza Breves). Ele filho do Major Hans Wilhem von Suckow, do Batalhão de Estrangeiros - lutou em Waterloo como tenente do piquete de cavalaria do Marechal Blücher - e fundador do Jóquei Clube Brasileiro.   

Em 04/11/2007, mais informações. Os fragmentos de nossa história vão se juntando e elucidando muita coisa.

Caro Aloysio ... Na genealogia do Barão de Guararema, que acabo de visitar, vejo o meu ramo (Monteiro de Barros), porém com alguns erros:

1 - Julio Cesar Miranda Monteiro de Barros - pai de Rita Clara M. de B. Suckow - não era o Barão do Amparo.

2 - Vera, minha bisavó, foi casada com Antônio Augusto de Lima (*Congonhas do Sabará - atual Nova Lima em sua homenagem - 5-4-1859 - + Rio de Janeiro, 22-4-1934). Antônio Augusto de Lima Júnior, foi o primogênito deste casal, escritor e historiador especializado na História de Minas Gerais e com vários títulos publicados.

Augusto de Lima, o Pai, foi juiz de direito em Leopoldina onde conheceu Vera, na fazenda de seus pai, a famosa Fazenda de Sans Souci. Depois foi Chefe de Polícia e Juiz de Direito em Ouro Preto, Presidente do Estado de Minas Gerais em 1891, diretor do Arquivo Público Mineiro, deputado federal, poeta, jornalista, escritor e músico, foi membro e presidente da Academia Brasileira de Letras (1929). Faleceu no Rio de Janeiro onde foi sepultado com "honras de chefe de Estado". Tiveram sete filhos:

  • Antônio Augusto (casado com Theodozia de Castro Cerqueira);
  • Maria José (casada com Archibald Joseph Macintyre);
  • Renato Augusto - meu avô - (casado com Celina Jacob);
  • Maria das Mercês (casada com Álvaro Arthur de Andrade Costa);
  • José Augusto (casado com Julieta Guedes);
  • Maria Laetitia (casada com Alexandre Delamare Garcia)
  • Maria Rita (casada com Sílvio Magalhães Lustosa)

3 - entre os filhos de Rita Clara e Gustavo Adolpho de Suckow, onde está "Nira" é Rita (mãe do famoso violinista Fafá Lemos) e a grafia correta das outras é Glicka (mãe da escritora e jornalista Lázinha Luís Carlos de Caldas Brito) e a outra, Thyra (nomes escandinavos - os Suckow vieram do Ducado de Mecklemburgo, limite com a Dinamarca).

Aguardamos novas informações.

 
 
     
 

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