Augusto de Lima
(Antônio A. de L.), jornalista, poeta,
magistrado, jurista, professor e político,
nasceu em Congonhas de Sabará [hoje Nova
Lima], MG, em 5 de abril de 1859, e faleceu no
Rio de Janeiro, RJ, em 22 de abril de 1934. Na
Academia Brasileira de Letras, concorreu a
primeira vez em 1902, na vaga de Francisco de
Castro. Foi eleito Martins Júnior. Um ano
depois, apresentou-se candidato à vaga de
Urbano Duarte. Foi eleito em 5 de fevereiro de
1903, mas só tomou posse quatro anos depois,
em 5 de dezembro de 1907, sendo recebido pelo
acadêmico Medeiros e Albuquerque.
Augusto de Lima era filho de
José Severiano de Lima e de Maria Rita de
Lima. Iniciou o seu curso de humanidades no
Seminário de Mariana, onde teve como professor
de Latim o então padre Silvério Gomes Pimenta,
mais tarde arcebispo de Mariana. Seguiu depois
para o Seminário do Caraça. Desistindo de ser
padre, foi prestar os exames preparatórios em
Ouro Preto, em 1877. Em 78, ingressou na
Faculdade de Direito de São Paulo, onde foi
amigo, entre outros, de Raimundo Correia,
Afonso Celso Júnior, Silva Jardim, Valentim
Magalhães, Teófilo Dias, Pinheiro Machado e
Assis Brasil. Fundou, em 1880, com Raimundo
Correia, Alexandre Coelho e Randolfo Fabrino,
a Revista de Ciências e Letras. Obteve
o título de bacharel em 1882, tendo, durante o
curso, exercido o jornalismo, no qual se
mostrou propagandista das idéias da República
e da Abolição. Passou a colaborar na imprensa,
sobretudo no jornal O Imparcial, às
vezes sob os pseudônimos I, Lilvio e Lauro.
Voltou a Minas, onde foi
nomeado promotor do Termo de Leopoldina, e, em
1885, era juiz municipal. Em 1889, foi nomeado
promotor de direito de Conceição da Serra, no
Espírito Santo, onde permaneceu até 1890,
quando deveria seguir, no mesmo posto, para
Dores de Boa Esperança, em Minas, mas logo foi
escolhido para chefe de polícia do Estado, em
Ouro Preto.
Agitava-se, naquela ocasião, o
problema da mudança da capital do Estado de
Minas, e a tese de Augusto de Lima era a de
que a nova capital devia ser instalada no
antigo Curral Del Rei, depois Belo Horizonte,
ponto de vista esse que era também o do Barão
de Lucena, ministro da Justiça. Foi nomeado
presidente do Estado, mas não quis, por si só,
fazer a mudança do governo, e submeteu o
assunto ao Congresso Constituinte, e só três
anos depois, em 1898, transferiu-se para Belo
Horizonte, a capital do Estado. Em lembrança
dessa campanha, o prefeito Otalício Negrão, já
depois da morte de Augusto de Lima, deu o seu
nome a uma das mais belas avenidas de Belo
Horizonte.
Deixando o governo do Estado,
voltou Augusto de Lima ao seu posto de juiz,
servindo na capital. Ao fundar-se a Faculdade
de Direito, de Minas Gerais, foi escolhido
para ser um dos professores, indo reger a
cadeira de Filosofia do Direito, acumulando
com o cargo de diretor do Arquivo Público
Mineiro, até 1910. Nesse ano, foi eleito
deputado federal pelo seu Estado, sendo
reeleito em várias legislaturas. Na campanha
política de 1929-1939, da qual resultou a
vitória da revolução, teve parte relevante,
pronunciando memoráveis discursos. Na Câmara,
o nome de Augusto de Lima aparece relatando e
assinando pareceres na Comissão de Diplomacia
e Tratados, de que foi membro, notadamente de
1910 a 1913 e de 1920 a 1923. Em 1934, foi
eleito para a Assembléia Constituinte, e dela
fazia parte, quando teve de submeter-me a uma
cirurgia, e recolheu-se à Casa de Saúde de São
José, no Rio de Janeiro, onde veio a falecer.
Obras: Contemporâneas,
poesia (1887); Símbolos, poesia (1892);
Poesias (1909); Noites de sábado,
crônicas (1923); São Francisco de Assis,
poesia (1930); Coletânea de poesias
(1880-1934), poesia (1959); Tiradentes,
poesia (libreto de ópera de igual nome
composição do Maestro Manuel Joaquim de
Macedo; Antes da sombra, poesia
(inédito). Informa Velho Sobrinho que o poeta
tinha na tipografia este livro, que foi
retirado pela sua família, impressionada com o
título.
Augusto de Lima, Poesias. Rio de
Janeiro: Garnier, 1909.
www.biblio.com.br/conteudo/biografias/augustodelima.htm
(6/01/2006)
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