FRAGMENTOS...Contando uma história.

Retornar

 
     
 

Lembranças dos Suckow, Monteiro de Barros, Breves e Lima

Por Luís Augusto Carsalade Villela de Lima

 

 

 Almanaque genealógico Gotha 1912, ano seis (Nobreza nova)

 

Suckow

(Um parentesco com a estirpe von Suckow de nobreza antiga não é comprovada)

 

Família de confissão protestante e católica; a família é natural de Mecklenburgo. Nobreza Imperial [alemão] Viena 12/12/1792 (para os irmãos (1) Joachim August Bernhard, Oberamtmann (tipo prefeito ou capitão mor) em Warin, ducado de Mecklenburgo; (2) Viktor Peter Gebhard, arrendatário de Rampe. Mbg. e (3) Gottfried August, morador perpétuo em Goldberg e Moltenow, Mbg., Amtmann (funcionário público) no ducado de Mbg.. – Reconhecimento de nobreza pelo duque de Mecklenburgo-Schwerin em 24/05/1793 [para os três irmãos]. 

Brasão (1792): em fundo de prata uma colina verde com uma árvore verde a direita, segurada por um urso preto levantado.

Linhagem

I) Peter Suckow, * ca. 1656 Karrenzin, + ca. 1700 Karrenzin, oo com Anna Schelcke

II) Hinrich Suckow, *8/11/1683 Karrenzin, + 21/02/1745 Schwerin, oo (7/02/1713) com Sophie Sybille Fleissner, * ??, + 4/03/1741 Schwerin

III) Joachim Martin Georg Suckow, *13/08/1724 Schwerin, + 13/03/1775 Hohenniendorf, Amt Buckow; Tabelião Imperial e Herzoglich mecklenburgischer Amtsverwalter (funcionário público do ducado de Mecklgb., tipo prefeito), arrendatário de Lützow e Moltenow; oo (28/04/1746 Schwerin) com Anna Elisabeth Hagen, * ??, + 22/03/1778

IV) Filhos:

a) Joachim August Bernhard Suckow (1746 – 1827)      1. Linha

b) Viktor Peter (1751 – 1800)                                     2. Linha

c) Gottfried August (1753 – 1816)                               3. Linha

IVa) Joachim August Bernhard von Suckow; * 12/03/1746 Schwerin, + 12/03/1827 Doberan; Drost (Capitão-mor, prefeito) em Warin, oo (4/06/1779 Wustrow) com Katharina Dorothea Helwig Oldenburg, * 11/01/1763 Grosswalmsdorf, Amt Grevesmühlen, + 23/10/1827 Doberan; este matrimônio gerou 15 filhos, nascidos entre 1780 e 1803.

V.12. (V. geração) Hans Wilhelm von Suckow, * 28/08/1797 Warin, + 7/01/1869 Rio de Janeiro; tenente (reformado) do exercito da Prussia, emigrou para Brasil, major reformado do exercito do Brasil, fazendeiro, oo 1829 com Anna Luisa Mothas (* 24/11/1806 Santa Catarina; + ??); este casal teve 6 filhos (ver pag. 960):

VI.1) Leopoldine (1830 – 1898) oo Karl Graf von Hertzberg

  2) Jacintha (1832 - ??) Gustav Joppert

  3) Carlos Wilhem (1834 – 1859)

  4) Amalia (1836 - ??) oo Torquato Barufaldi

  5) Gustavo Adolpho von Suckow (* 9/03/1839 Rio de Janeiro –  ? ?) oo 11/02/1865 com Rita Clara Breves Monteiro de Barros, * 25/12/1847 Rio de Janeiro); o casal teve 11 filhos, sendo a 3a. Vera (* 22/06/1870) casada em 22/06/1888 com Antonio Augusto de Lima (1859 – 1934)

  6) Ludwig (1845 – 1878) oo com Theodora Bessa

 

 

Sobre o Major Hans Wilhem von Suckow ver J.J. von Tschudi: Viagens através da América do Sul (Fundação João Pinheiro, 2006, vol. I, cap. 2):

O Rio de Janeiro deve a introdução de carros de aluguel a um alemão, o Sr. von Suckow, que após ter sido demitido de seu posto de oficial das forças brasileiras, trabalhou com esforço surpreendente e grande sorte, conseguindo implementar sua idéia de montar uma instituição bem organizada de transporte público, sem fazer dívidas.”

(Tschudi veio duas vezes ao Rio de Janeiro: em novembro de 1857 e em 1861)

O Príncipe Adalberto da Prússia, em visita ao Rio de Janeiro em 1842, anotou o seguinte quando comentou um passeio a Laranjeiras nos arredores do Rio de Janeiro:

(Viagem do Príncipe Adalbert da Prússia ao Brasil. – Berlim 1857, p. 233/4)

 

“... No caminho para os arrabaldes do Rio via num riacho muitas negras lavadeiras seminuas. Encontrei muitos negros pelo caminho, e também muitos carros de aluguel puxados por muares com cocheiros pretos ou mulatos de casacos azul com gola encarnada e botas de montar. Estas librés faziam-me lembrar aos antigos uniformes prussianos e têm mesmo esta origem, porque o major reformado von Suckow, proprietário de todos esses veículos, pertenceu antes ao Regimento de Granadeiros do Imperador Francisco. Deixou o nosso serviço depois dos anos de guerra e alistou-se na Legião Alemã no Brasil, deu baixa quando foi dissolvida e voltou para o Rio, organizando esse serviço de carros de aluguel e todo o comércio de muares e cavalos na Capital: daí, nenhuma viagem para o interior, nenhum percurso na cidade ou passeio sem Herr von Suckow.  ...”

Tradução e apontamentos do Professor Friedrich Renger.

 

 

Retrato do Major Suckow, tela de Henrique Bernardelli, encontra-se no 11º andar da sede do Jockey Club Brasileiro no Rio de Janeiro. É um retrato póstumo, pintado em 1890. In  Jockey Club Brasileiro – 130 anos. Rio de Janeiro: Ney O.R.Carvalho Editor, 1998.

“Hans Wilhem von Suckow nasceu em Warin, Prússia, em 28 de agosto de 1797. Sua família, de militares austríacos, era dedicada ao serviço do Exército Prussiano e à criação de cavalos de guerra, mecklemburgueses, mais tarde importados pelo Governo Imperial Brasileiro.

Em 1815, aos 18 anos e ainda Tenente, esteve em Waterloo, onde comandou um piquete de lanceiros ulanos nas forças do Marechal Blücher, aliado de Wellington.

Contratado em 1824 pelo Exército Imperial Brasileiro, serviu no Corpo de Estrangeiros e no 2º Batalhão de Granadeiros, sediado no Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro.

Envolvido em um duelo, ficou preso vários meses. Absolvido, foi promovido a Major e, por suas qualidades, transferido para o Estado Maior do Exército Imperial.

Em 1830 passou a dedicar-se a um negócio de carruagens e cavalos, estabelecido no Largo de São Francisco. Importava, fabricava e alugava carros, os de maior luxo na cidade, para casamentos, enterros, batizados e outras ocasiões solenes, ficando conhecido como “o Major dos carros”.

Devido a suas raízes e atividades envolveu-se profundamente com cavalos e suas circunstâncias.

Foi inspirador e participante ativo da fundação das três primeiras sociedades turfísticas no Rio de Janeiro: o Club de Corridas, em 1847, o Jockey Club Fluminense, em 1854, e o Jockey Club, em 1868.

Faleceu no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 1869, sem assitir à primeira corrida no Jockey Club, a mais importante e duradoura de suas criações.”

(Ney O. R. Carvalho. Jockey Club Brasileiro 130 anos - Rio de Janeiro, um século e meio de turf. Rio de Janeiro, 1998.)

Até hoje, uma semana antes do Grande Prêmio Brasil, é realizada no Jockey Club uma corrida em homenagem ao Major, o Prêmio Major Suckow.

 

 

 

O Marechal Blücher. Gravura, séc. XIX. Col Luís Augusto de Lima

 

 

 

 

 

Blücher e Wellington entrando em Paris após a capitulação de Bonaparte.

Garvura, século XIX. Coleção Luís Augusto de Lima

 

 

 

 

 

O Conde de Herzberg

“Carlos, Conde de Herzberg, foi fundador, benemérito em 1874 e grande benfeitor do Jockey Club. Nascido em Grunhubel, Hannover, era Capitão reformado do Exército Prussiano e instrutor de cavalaria das forças Imperiais Brasileiras, onde se tornou conhecido por ser exímio domador de cavalos.

Teve vários desentendimentos com diversas diretorias do Jockey Club, mas foi sempre, ativo, participante e apaixonado pelo clube e pelo turfe. Dirigiu quase todas as obras por que passou a pista do Prado Fluminense no século XIX e foi dos redatores do primeiro Código de Corridas. As cores de sua farda eram as da sociedade, preto e encarnado.

O Conde e sua mulher Leopoldina, filha do Major Suckow, foram fotografados em Erfurt, na Alemanha. As imagens são, certamente, de quando Herzberg, comissionado pelo governo brasileiro, viajou em 1858 para adquirir cavalos meckemburgueses, com vistas à melhoria das raças nacionais.”

 

(Ney O. R. Carvalho. Jockey Club Brasileiro 130 anos - Rio de Janeiro, um século e meio de turf. Rio de Janeiro, 1998.)

 

As fotografias pertencem ao Dr. Gustavo Joppert, descendente deste casal.

 

 
 
     
 

© 1996/2010 — Todos os direitos reservados: Aloysio Clemente M. I. de J. Breves Beiler
História do Café no Brasil Imperial -
http://www.brevescafe.xpg.com.br - Rio de Janeiro, RJ.