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O barão de Paraopeba

Por Luís Augusto Carsalade Villela de Lima

 

Retratos da Baronesa e do Barão de Paraopeba. Coleção Aspazia Vieira Ayer (tetraneta), Belo Horizonte.

Romualdo José Monteiro de Barros – Quarto filho do Guarda-Mor Manuel José Monteiro de Barros e sua mulher Margarida Eufrásia Negreiros da Cunha Matos; nasceu em Congonhas do Campo, Minas Gerais.

Dedicou-se à mineração e à indústria; foi proprietário de uma rica lavra de ouro em Congonhas do Campo e aí fundou de sociedade com dois irmão e o Barão de Eschwege a primeira fábrica de fundição de ferro estabelecida na província.

Membro do segundo governo provisório de Minas, eleito a 23 de maio de 1823; fez parte do Conselho do Governo em 1825, e 1829 e de 1830 a 1833; vice-presidente da província, com exercício a 10 de junho de 1850.

Coronel de Milícias, Cavaleiro da Ordem de Cristo e finalmente agraciado por decreto imperial de 2 de dezembro de 1854, com o título de Barão de Paraopeba.

A propósito da atuação política e administrativa do Barão de Paraopeba em sua província, encontramos a seguinte citação do Jornal do Comércio de 25 de junho de 1850:

 

 “Câmara dos Senhores Deputados. Sessão de 21 de junho de 1850.

O Senhor Melo Franco: - Declaro à Casa que segundo cartas que recebi pelo correio ultimamente chegado de Minas Gerais em 19 deste mês, consta que aquela província está acéfala, sem governo. Consta-nos que o Senhor presidente da província no dia 10 do corrente abandonou o seu lugar e se retirara da capital em direção à sua casa; dos vice-presidentes da província um é o senhor Barão de Sabará que se recusou a tomar conta do governo; outro que é o Sr. Romualdo Monteiro de Barros consta-nos que, por se achar doente também não acedera às solicitações que lhe fizeram por se achar enfermo em sua fazenda.

Requeira ao Governo, informações a respeito.

O Senhor Cruz Machado: - Não aprovo o requerimento por sai inutilidade.

Não é exato que no dia 10 de junho o Sr. Dr. Alexandre Joaquim de Siqueira abandonasse a presidência deixando a província sem governo (apoiados).

É certo que no dia 10 de junho o Sr. Dr. Siqueira se retirou da capital passando a presidência ao 4º vice-presidente o Sr. Coronel Romualdo Monteiro de Barros. Este senhor, pai de um de nossos colegas, somente recusaria os seus serviços ao país se estivesse em artigo de morte. (apoiados). O Sr. Monteiro de Barros, como o meu ilustre colega sabe, mora a distância de oito léguas da capital, em Congonhas do Campo. Posso informar ao nobre Deputado que o Sr. Dr. Siqueira retirou-se no dia 10 e no dia 11 o Sr. Monteiro de Barros deveria estar em Ouro Preto e disto fui informado por um negociante de Diamantina que passou por Ouro Preto no dia em que o Sr. Monteiro de Barros deveria chegar.”

 

Casou na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Vila Rica a 21 de novembro de 1795, com Francisca Leocádia da Fonseca, filha de José Veríssimo da Fonseca e sua mulher Ana Joaquina Felizarda de Oliveira.

Faleceu o Barão em Minas, a 16 de dezembro de 1885, havendo do seu casamento onze filhos:

  1. Dr. Francisco de Paula Monteiro de Barros
  2. Dr. Miguel Eugênio Monteiro de Barros
  3. Dr. João Batista Monteiro de Barros
  4. Dr. Antônio José Monteiro de Barros
  5. Padre José Maria Monteiro de Barros
  6. Manuel José Monteiro de Barros
  7. Joaquim José Monteiro de Barros
  8. Maria José Monteiro de Barros
  9. Ana Felizarda Joaquina de Oliveira
  10. Francisca Monteiro de Barros
  11. Margarida Monteiro de Barros

(Fonte: BROTERO, Frederico de Barros. A Família Monteiro de Barros. São Paulo: Gráfica Paulista, 1951. 1047p.) 

 
 
 
     
 

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