História do Café no Brasil Imperial

O inseto que virou planta

L'insecte qui devient plante. (Dessiné d'après nature)

Conde d'Ursel em 1873.

Nos "oitocentos", diversos viajentes estrangeiros se encantaram com as fazendas de café na serra fluminense. Em 1873, o Conde d'Ursel visitou a fazenda da Grama no interior da província do Rio de Janeiro, de propriedade do comendador Joaquim Breves. Lá, ele ficou surpreso, entre outras coisas, com o inseto que se transformava planta (vegetal).

A explicação foi passada por Dona Maria Izabel de Moraes Breves, esposa do comendador Joaquim Breves. O diplomata anota em suas recordações:

"Ainsi une plante qui se nourrit d'insectes, et un insecte qui devient plante [...]"

Em seu livro "Sud-Amérique ; séjours et voyages au Brésil, à La Plata, au Chili, en Bolivie et au Pérou", publicado em Paris em 1879, está um desenho da lagarta que lhe foi apresentada como o inseto mutante em vegetal.

Outro viajante estrangeiro que visitou a Grama foi Maurice Ternaux-Compans. Diplomata francês servindo na legação do Rio de Janeiro em 1876, resolveu conhecer algumas das grandes fazendas cafeeiras fluminenses, e assim realizou um excursão da qual faz pitoresco relato em cartas dirigidas a sua irmã, Madame de Fournier-Sarvolèze. Madame Hermite Louise Ternaux-Compans [1], filha do diplomata, transformou em livro - "Hommage a Guanabara la Superbe".

Maurice e seus companheiros de viagem visitaram a Fazenda do Pinheiro de propriedade do Comendador José de Souza Breves e, posteriormente foram a Fazenda da Grama do Comendador Joaquim de Souza Breves.

Relatou o diplomata que recebeu um raro presente da proprietária da Grama: um exemplar de um inseto que se tornara planta. Acho que Dona Maria Izabel presenteava os viajantes estrangeiros com exemplares da fauna e flora tropicais com a intenção de impressioná-los com a beleza e raridade de nossos exemplares.

Em "Hommage a Guanabara la superbe" está um desenho de uma "esperança", o tal inseto mutante, na concepção dos habitantes da fazenda da Grama em 1876.

Nota: "A esperança, uma espécie de gafanhoto pertencente à ordem Orthoptera, família dos Locustídeos, gênero Locusta, se caracteriza por ter as asas anteriores largas. De cor geralmente verde, embora inúmeras outras espécies apresentem variedades diferentes de cores [...] <http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=1467902>

Os antigos diziam que: se uma esperança pousar em você, significa sorte.

Alguns exemplares de insetos que se parecem com folhas.

[1] Hommage a Guanabara la superbe : l'ambassade de France a Rio de Janeiro. Hermite, Jeanne Louise Ternaux-Compans, 1886. Madame Louis Hermite, née Ternaux Compans. Rio de Janeiro: Irmãos Barthel, 1937.