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Mais de 200 anos de história viva.
Este é o resultado do livro “Fazenda
dos Três Poços, do Café à
Universidade”, que mostra fatos, por
meio de textos de Heloísa Helena
Monteiro de Barros, João Hermes
Pereira de Araújo, Flavia Lages de
Castro e Roberto Guião de Souza Lima
- também responsável pela
coordenação do trabalho. Em 206
páginas, o livro relata as diversas
fases do local, desde 1780 até os
dias atuais.
Segundo a editora responsável e uma
das autoras do livro, a historiadora
e professora Flávia Lages de Castro,
o livro foi preparado para que a
história da Fazenda dos Três Poços
pudesse ficar registrada.
- A história da fazenda faz parte da
história da região sul fluminense.
Uma completa a outra. Estamos em uma
fazenda cuja história perfaz séculos
e esta pode e deve ser resgatada
como forma de demonstrar nossa
origem e nossas raízes - diz.
No livro, a história da fazenda está
dividida em quatro capítulos que vão
desde a sua criação (um documento do
vice-rei Luiz de Vasconcellos e
Souza) até os dias atuais. No
primeiro, o historiador Roberto
Guião faz relatos sobre o ciclo do
café no Vale Paraibano, permitindo
ao leitor conhecer, em detalhes,
como era a vida na época.
No segundo capítulo, Heloísa Helena
Monteiro de Barros e o embaixador
João Hermes Pereira de Araújo trazem
os fatos ocorridos entre 1780 e
1918, quando a fazenda passa para as
mãos dos padres trapistas. O
terceiro, narrado por Guião,
apresenta os fatos acontecidos de
1918 a 1968, quando a fazenda foi
desapropriada pela prefeitura, para
que fosse construído no local um
pólo industrial e de ensino e onde
hoje está situado o campus Três
Poços do UniFOA (Centro
Universitário de Volta Redonda). O
quarto e último capítulo, escrito
pela historiadora Flavia Lages de
Castro, conta a história da FOA
(Fundação Oswaldo Aranha) e do
UniFOA.
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Roberto Guião de Souza Lima
Livro “Volta Redonda do Café e
do Leite – 140 Anos de
História”, fazendas e famílias
pioneiras e sucessoras, editado
pela Secretaria Municipal de
Cultura da PMVR em novembro de
2004.
Livro "Fazenda Três Poços do
Café à Universidade", em
parceria com o confrade João
Hermes Pereira de Araújo,
editado pela Fundação Oswaldo
Aranha (FOA), Volta Redonda-RJ,
em novembro de 2007. |
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HISTÓRIA - De acordo com o
historiador Roberto Guião, o livro
era um filho que esperava ver pronto
há muitos anos, mas que só agora,
com as comemorações dos 40 anos da
FOA e os oito anos do UniFOA,
tornou-se possível.
- Tenho certeza de que muitas
pessoas irão se encantar pelos fatos
narrados e que mostram a importância
da fazenda, não só para a cidade de
Volta Redonda, mas também para a
toda a região sul fluminense -
ressalta Guião.
Ele lembra que a antiga proprietária
das terras, Cecília Monteiro de
Barros, tinha uma grande preocupação
com os filhos e descendentes de seus
ex-escravos. E isso se tornou real
quando ao doar as terras para os
padres trapistas deixou o desejo de
que fosse construída uma escola
agrícola com o que houvesse de mais
moderno na época, para capacitá-los
e permitir a eles uma vida digna e
honesta.
Outra curiosidade é que as terras da
fazenda, antes de pertencerem à
cidade de Volta Redonda, passaram
por três municípios. Inicialmente,
pertenceram à Vila de Nossa Senhora
da Conceição do Campo Alegre da
Paraíba Nova, hoje conhecida como a
cidade de Resende. Anos depois, as
terras passaram à jurisdição dos
municípios de Santa Ana do Piraí,
atual cidade de Piraí, e de São
Sebastião de Barra Mansa, atual
Barra Mansa.
Um relato
histórico e sensível
Para o presidente da FOA, Dauro
Aragão, o livro é uma obra que
mostra de forma interessante para
toda a região as origens da Fazenda
dos Três Poços e adjacências, bem
como de outras áreas rurais
circunvizinhas de Volta Redonda. Ele
destaca ainda o papel do historiador
Roberto Guião, “que foi muito feliz
nas pesquisas”, relatando os nomes
dos antigos proprietários, muito
deles não conhecidos do grande
público.
- O relato dele é feito de forma
sensível, unindo dados técnicos com
uma forma sentimental da história da
fazenda - comenta Aragão.
Quem folhear o livro poderá
encontrar, além dos textos, fotos e
documentos da época, pertencentes ao
acervo da biblioteca do UniFOA, do
Mosteiro de São Bento, do
historiador Roberto Guião, entre
outras instituições e profissionais
que colaboram na pesquisa e edição.
A arte e diagramação do livro foi da
“designer” Jusimara Santos. Jô, como
é conhecida, contou que realizou uma
grande pesquisa antes de sua
diagramação, para a qual buscou
encontrar a forma mais adequada para
dar harmonia e equilíbrio aos
textos, fotos e documentos. “Fui
buscar o melhor ‘layout’, tanto para
o corpo do livro como para a capa”,
conta. |
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