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Lucas Antonio
Monteiro de Barros (Visconde de Congonhas do
Campo)
Filho de Manoel
José Monteiro de Barros, natural de
Barcelos, em Portugal, e de D. Margarida
Eufrásia da Cunha Matos, nasceu LUCAS
ANTONIO MONTEIRO DE BARROS, em Congonhas do
Campo, Minas Gerais, em 13 de outubro de
1767.
Em tenra idade partiu para Portugal, onde
estudou o curso de Humanidades e formou-se
em Leis pela Universidade de Coimbra,
tendo-se matriculado em 1782.
A
primeira nomeação que teve na Magistratura
foi a de Juiz de Fora nas ilhas dos Açores.
Regressando ao Brasil, foi nomeado Ouvidor
da comarca de Vila Rica, obteve as mercês de
beca honorária e o hábito da Ordem de
Cristo, em decretos de 13 de maio de 1808.
Em decreto de 29 de junho de 1808, foi
nomeado Desembargador da Relação da Bahia,
continuando no exercício de Ouvidor de Vila
Rica.
Em decreto de 13 de maio de 1812, foi
nomeado Intendente do Ouro da Corte.
Em decreto de 17 de dezembro de 1814, foi
nomeado Desembargador da Casa da Suplicação,
continuando no exercício de Intendente do
Ouro.
Em 1819, obteve duas nomeações:
Superintendente-Geral dos Contrabandos, em
decreto de 12 de outubro, e Juiz Conservador
da Companhia de Vinhos do Alto Douro, em
decreto de 21 do referido mês.
Havendo sido criada, por alvará de 6 de
fevereiro de 1821, a Relação de Pernambuco,
foi ele nomeado, em decreto dessa data,
Chanceler da mesma Relação.
No referido ano de 1821, foi nomeado
Desembargador do Paço, em decreto de 26 de
março, obtendo a comenda da Ordem de Cristo,
por decreto desta última data, e o título do
Conselho, em carta de 5 de abril seguinte.
Foi Deputado pela província de Minas Gerais
às Cortes Portuguesas (1821-1822) e à
Assembléia Constituinte (1823).
D. Pedro I, em carta de 8 de julho de 1824,
confirmou seu título do Conselho.
Escolhido Senador pela província de São
Paulo, em 22 de janeiro de 1826, tomou posse
a 10 de maio seguinte.
Foi o primeiro Presidente da província de
São Paulo, cargo que exerceu de abril de
1824 a 5 de abril de 1827.
Exercendo o cargo presidencial, fundou uma
biblioteca pública (1825), instituiu o
Seminário da Glória, destinado à educação de
meninas pobres, estabeleceu a roda dos
expostos anexa à Santa Casa da Misericórdia
(1825), restaurou o Jardim Público da Luz,
deu impulso decisivo à estrada de Santos a
Cubatão, que foi aberta ao público em 17 de
fevereiro de 1827, e a outras obras de real
merecimento.
Em decreto de 19 de outubro de 1828, foi
nomeado Ministro do Supremo Tribunal de
Justiça, tomando posse a 9 de janeiro de
1829. Em decreto de 5 de janeiro de 1832,
foi nomeado Presidente do mesmo tribunal,
cargo que exerceu até ser aposentado por
decreto de 3 março de 1842.
Sua aposentadoria foi aprovada pela
Assembléia-Geral Legislativa — Decreto n.°
299, de 30 de setembro de 1843.
O Governo imperial concedeu-lhe os títulos
de Barão, em decreto de 12 de outubro de
1825, Visconde, em decreto de 12 de outubro
de 1826, e Visconde com grandeza, por
decreto de 2 de junho de 1841.
Foi casado com D. Maria Thereza Joaquina de
Sauvan, havendo do casal numerosa prole.
Foram seus filhos: Antônio Augusto Monteiro
de Barros, Bacharel em Direito, Senador e
Ministro do Conselho Supremo Militar,
falecido a 16 de novembro de 1841; casado em
primeiras núpcias com D. Maria Constância da
Graça Rangel e em segundas núpcias com D.
Virgínia Amalia Carneiro de Campos, havendo
do segundo casamento os seguintes filhos:
Lucas Antonio (1830), Maria da Conceição
(1831), Maria Thereza (1833) e Francisco
Carneiro (1835); Ignácio Gabriel Monteiro de
Barros, casado com D. Alda Romana de
Oliveira Arruda, seguiu a carreira das
armas, reformando-se no posto de Brigadeiro,
faleceu no Rio de Janeiro, a 2 de março de
1850; Lucas Antônio Monteiro de
Barros, nascido em 26 de outubro de 1812,
casado com D. Cecília Breves de Moraes,
filha dos Barões de Piraí; falecido na
fazenda dos Três Poços, em Pinheiro, no dia
10 de março de 1862 e sepultado no Cemitério
de Barra Mansa, província do Rio de Janeiro;
Manoel Monteiro de Barros; Evaristo Monteiro
de Barros; José Maria Monteiro de Barros e
Rodrigo Antônio Monteiro de Barros, casado
com D. Maria Marcolino da Silva Prado;
falecido em 29 de fevereiro de 1844.
O Visconde de Congonhas do Campo faleceu na
cidade do Rio de Janeiro, em 10 de outubro
de 1851, sendo sepultado no Cemitério da
Ordem de São Francisco de Paula, em Catumbi.
Fonte: STF - Supremo Tribunal Federal
(Supremo Tribunal de Justiça do Império)
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Certidão de Casamento
de
Manuel José Monteiro de Barros e Dona
Margarida Eufrásia da Cunha Matos
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“Aos dezesseis
dias do mês de agosto de mil setecentos
e sessenta e seis, no Oratório das casas
de morada de Dona Antonia de Negreiros,
sitas no Passadez, desta freguesia de
Nossa Senhora do Pilar de Vila Rica de
Ouro Preto, por despacho do
Reverendíssimo Senhor Vigário Capitular
deste Bispado e com dispensa a banhos,
sendo pelas onze horas do dia em minha
presença e das testemunhas Doutor Tomaz
Soares de Aguilar e de André de Ceas e
de muitas outras pessoas que assistiram,
se casaram in face Eclesiae e com
palavras de presente,
Manuel José
Monteiro de Barros, natural
da freguesia de São Miguel das Marinhas,
termo de Espozende, Arcebispado de
Braga, filho legitimo de João Vieira
Repincho e de Dona Mariana Monteiro de
Barros e Dona
Margarida Eufrásia da Cunha Matos,
filha legitima do Guarda-Mor Alexandre
da Cunha Matos, já defunto, e de Dona
Antonia de Negreiros, natural e batizada
na mesma freguesia e logo os notifiquei
para não coabitarem, com pena de
Excomunhão maior enquanto não
apresentassem Provisão do Reverendo
Vigário da Vara desta comarca para
receberem as bênçãos conforme o ritual
da Santa Madre Igreja e para constar fiz
este assento. O Vigário Antonio Corrêa
Mairinck” |
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Fonte:
Maurício J. Monteiro de Barros |
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