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Os balões de Caxias e Niemeyer na
Campanha do Paraguai |
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O
historiador Cláudio Moreira Bento,
Presidente da Academia de História Militar
Terrestre do Brasil (AHIMTB) relata:
Na
Guerra da Tríplice Aliança 18965-70 –
Campanha do Paraguai – o Exército Imperial
Brasileiro defrontou-se com um grave
problema operacional, decorrente da ausência
de cartas, esboços e informações sobre o
Teatro de Operações .
Lutando numa planície, o problema de
dominância de vistas para observações sobre
o campo adversário tornou-se crucial para
possibilitar a localização de obstáculos, de
fortificações e acompanhar-se a localização
e movimentação das tropas inimigas. Para
compensar esta deficiência recorria-se aos
mangrulhos, postos de observações
artificiais, com o formato de torres, para
elevar-se os observadores a alguns metros do
solo. O Mangrulho servia para a observação
aproximada, em torno dele, e como medida
preventiva contra um ataque de surpresa. E
eles povoaram o Teatro de Operações na
Guerra do Paraguai.
O
Marquês de Caxias, ao assumir o comando das
operações, após o desastre de Curupaiti,
procurou sanar estes inconvenientes,
recorrendo a uma tecnologia de observação
que fora usada na Guerra de Secessão nos
EUA, com o emprego de aeróstatos .
Caxias conseguiu que fossem adquiridos nos
EUA dois balões com o equipamento de
fabricar hidrogênio ,com o envio com eles de
dois balonistas, os irmãos James e Ezra
Allen que haviam auxiliado Lowe na Guerra de
Secessão, o qual não poder vir para o Teatro
de Guerra como Aeronauta do Exército
Brasileiro.
Depois de 3 meses de uso que tornaram
possível os reconhecimentos para atacar
Humaitá e desbordar Curupaiti, os balões
foram recolhidos ao acampamento de Tuiuti.
A
ascensão "record", com guarnição, foi a 7ª,
na qual o aeróstato atingiu 140 metros de
altura. Destacaram-se nestas operações os
seguintes oficiais do Corpo de Engenheiros:
capitães Francisco César da Silva Amaral,
Cursino Amarante e Conrado Jacob Niemeyer.
Silva do Amaral ,maranhense de São Luiz e
filho de soldado homônimo foi o primeiro
brasileiro a desempenhar em 12 jul 1867,
atividades militares aeronáuticas. O segundo
foi Cursino do Amarante com 2 missões , e o
terceiro foi Conrado Niemeyer com 4
missões . Foi o único a ser oficial
general.
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