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 Monsenhor Pedro D'Andrea

 
     
 

 

Nasceu em Rocca Gloriosa

Província de Salermo na Itália

em 05 de junho de 1875 .

Filho de João D’Andrea e de

Prudenciana Balbi . Chegou

à Piraí no dia 04 de setembro

de 1916, para ocupar o lugar

do padre José Maria de Aguiar

que havia falecido no dia 26

de julho desse mesmo ano .

Com licença do Papa Pio X,

seguiu para o Brasil passou por

Sant’Ana de Japuíba e Niterói,

com ele vieram seus pais, anos

depois a mãe retorna a Itália e

o pai continua no Brasil vindo

a falecer em 25 de dezembro

de 1926, pouco depois de sua

chegada seu irmão Domingos

D’Andrea também desembarca

no Brasil e vem direto

para Piraí, era alfaiate e também

regia o coral da Igreja de

Sant’Ana e ajudou a fundar a

Banda de Música de Piraí .O

livro de Tombo da Matriz nos

conta a chegada de Monselhor

Pedro à Piraí “Tomei posse no

dia 04 de setembro de 1916,

dirigindo-me para a estação,

onde o povo aguardava sua

chegada” .Chegando a matriz

para assumi-lá encontrou livros

esfarrapados com capas e

folhas desprendidas e por toda

parte espalhadas, levou quase

dois anos para arrumar a confusão

e só terminou no 1º semestre

de 1918 . Preocupou-se

em organizar a matriz, uma de

suas primeiras medidas era dotar

a matriz de uma biblioteca,

que acreditamos ter conseguido,

pois, vários livros e pedaços

deles foram encontrados

no decorrer dos anos. Outra

benfeitoria que muito desejava

era a luz elétrica na igreja,

conseguiu dotá-la e bem assim

a instalação do para-vento

na porta principal e também a

escada em caracol para o coro,

dividiu também a sacristia da

secretaria e dotou a igreja de

bancos e genuflexórios que foram

doados pela poetisa Adélia

Canongia de Medeiros, esposa

do Juiz de Direito Dr. Aniceto

de Medeiros Corrêa. Em 1931,

concedeu licença para se fundar

na matriz a Confraria de

Nossa Senhora do Rosário que

chegou a ser fundada mas, não

progrediu. Além de Piraí, monsenhor

foi responsável por São

João Marcos, Passa Três, Arrozal

de São Sebastião e São João

Batista do Arrozal em Piraí. Na

fase áurea do Integralismo entre

1932 e 1937, monsenhor

Pedro é acusado de fazer parte

do movimento sendo preso

em Niterói, ficou no palácio

do Bispo . No depoimento de

Jorge da Cruz Franco ele fala

sobre o caso:” Informou-me

o mestre da banda haver sido

o padre allemão..., como presente

do vigário italiano da

visinha cidade de Pirahy..., o

mesmo, o mesmissimo monsenhor

italiano... que, certa vez,

fizera sahir a rua pilhérica e

desopilante procissão..., após

haver collocado nos “andores”

e nos “santos”... o famoso “sigma”

integralista.... e o clássico

“anauê”...! . O jornalista Edmar

Morel (1912-1989), também

nos dá notícias sobre o fato: “O

padre do lugar chama-se Pedro

D’Andrea. É italiano como

quase todo italiano da era de

Benito Mussolini é fascista”

Segue ele: “ - Uma vez –

diz-me um antigo de Piraí – O

vigário no auge de seu delírio

político, fez uma procissão

com todos os santos vestidos

de verde; E no braço da pobre

virgem Santíssima colocou

um sigma! ” Seguindo o texto

“ Esta estranha procissão,

como objetivo de propaganda

fascista alcançou seu objetivo.

Várias senhoras desprevenidas

e alguns rapazes ingênuos

acreditaram que o fascismo

era mesmo de Deus, da Pátria

e da Família....mas não

era” . Depois da dissolução da

Ação Integralista Brasileira

em 1938, e o fim da Segunda

Guerra Mundial em 1945, o

maior objetivo de Monsenhor

Pedro era reformar a matriz

o que só conseguiria em meados

da década de 1950. Foi

vigário de Piraí durante 53

anos (1916-1969), faleceu em

28 de março de 1969, sendo

inumado dentro da matriz de

Sant”Anna. Deixou várias

partituras, entre elas 08 músicas

compostas em Policastro

Del Golfo, na Itália entre

março e abril de 1897, cujas

partituras (cópias) estão guardadas

no Arquivo Municipal

de Piraí. . Foi um grande personagem

da história de um Piraí

que não volta mais.

     

1. Sant’Ana do Piraí e sua história – Padre Reynato Breves ed. Diadorim 1994,flh 59. Seus retratos estão conservados no Arquivo Municipal de Piraí- Setor de Preservação do Patrimônio Histórico Cultural

2. Livro de tombo da Matruz de Sant’Ana 1906- flh 84 vº

3. Sant’Ana do Piraí e sua história – Padre Reynato Breves ed. Diadorim 1994,flh 60

4. Livro de tombo da Matruz de Sant’Ana 1906- flh 84 vº

5. Idem, idem

6. Sant’Ana do Piraí e sua história – Padre Reynato Breves ed. Diadorim 1994,flh 60

7. Depoimento Biographico e Commemorativo, dedicado às reservas moraes do Brasil – Jorge da Cruz Franco – 1968/ Fundo São João Marcos 006.01.33 AMPiraí

8. Agonia de uma cidade – Edmar Morel /Revista “A Cigarra Magazine” - março de 194

     
 
  Fonte: Jornal O Barão. Pirai - RJ, 29 de abril de 2011 Cidade Edição Nº 56 - Ano 5. Texto de José Maria Campos Lemos. Arquivo Municipal de Piraí.  
 

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