Onça-pintada
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Género: Panthera
Espécie: P. onca
Nome binomial : Panthera onca; Linnaeus, 1758
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A onça-pintada (Panthera
onca), também conhecida
por jaguar ou jaguaretê, é um mamífero da ordem dos carnívoros,
membro da família dos felídeos, encontrada nas regiões quentes e
temperadas do continente americano. É um símbolo da fauna
brasileira. Os vocábulos "jaguar" e "jaguaretê" têm origem no
termo guarani "jaguarete". Na mitologia maia, apesar ter sido
cotada como um animal sagrado, era caçada em cerimônias de
iniciação dos homens como guerreiros.
A onça-pintada se espalhava, inicialmente, desde o sul dos
Estados Unidos até o norte da Argentina. Porém, seu território
de ocupação diminuiu sensivelmente. Costuma ser encontrada em
reservas florestais e matas cerradas do Brasil, bem como em
outros locais ermos onde vivam mamíferos de pequeno porte de que
se alimenta.
Seu habitat preferencial são zonas selvagens, perto de grande
corpos de água, freqüentadas por suas presas preferidas. Evita
as regiões montanhosas, habitat preferido do puma.
Aparência
A onça-pintada se parece muito, à primeira vista, com o
leopardo. Um exame mais detalhado mostra, contudo, que sua
padronagem de pêlo apresenta diferenças significativas. Enquanto
o leopardo apresenta rosetas menores mas em maior quantidade, as
manchas da onça são mais dispersas e desenham uma roseta maior,
algumas delas com pontos pretos no meio. O interior dessas
manchas é de um dourado/amarelo mais escuro que o restante da
pelagem. Existem também alguns indivíduos melânicos, as chamadas
onças-pretas. Elas não pertencem a uma outra espécie, e suas
manchas ainda são facilmente reconhecíveis na pelagem escura;
trata-se apenas de uma mutação genética na qual os indivíduos
produzem mais melanina do que o normal, o que provoca um maior
escurecimento da pelagem desses animais.
A cabeça da onça é proporcionalmente maior em relação ao corpo.
Um exemplar adulto alcança até 2,10 m de comprimento, chegando a
pesar em torno de 115 kg, embora, em média, os machos pesem 90
kg e as fêmeas 75 kg. A altura da cernelha é de aproximadamente
70 cm, sendo o maior felino das Américas.
A onça pintada é o maior mamífero carnívoro do Brasil, e
necessita de pelo menos 2 kg de alimento por dia, o que
determina a ocupação de um território de 25 a 80 km2 por
indivíduo a fim de possibilitar capturar uma grande variedade de
presas.
A onça seleciona naturalmente as presas mais fáceis de serem
abatidas, em geral indivíduos inexperientes, doentes ou mais
velhos, o que pode resultar como benefício para a própria
população de presas.
Na época reprodutiva, as onças perdem um pouco os seus hábitos
individualistas e o casal demonstra certo apego, chegando
inclusive a haver cooperação na caça. Normalmente, o macho
separa-se da fêmea antes dos filhotes nascerem. Em geral, após
cem dias de gestação nascem, no interior de uma toca, dois
filhotes - inicialmente com os olhos fechados. Ao final de duas
semanas abrem os olhos e só depois de dois meses saem da toca.
Quando atingem de 1,5 a 2 anos, separam-se da reprodutora,
tornando-se sexualmente maduros e podendo assim se reproduzirem.
Apesar de serem tão temidas, fogem da presença humana e mesmo
nas histórias mais antigas, são raros os casos de ataque ao
homem. Como necessita de um amplo território para sobreviver,
pode "invadir" fazendas em busca de animais domésticos,
despertando, assim, a ira dos fazendeiros que a matam sem
piedade. Por esse motivo, e sobretudo pela rápida redução de seu
habitat, esse felídeo, naturalmente raro, ainda encontra-se a
beira da extinção no Brasil.
Alimentação
A onça-pintada é uma excelente
caçadora. As patas curtas não lhe permitem longas corridas,
porém lhe proporcionam grande força, fundamental para dominar
animais possantes como antas, capivaras, queixadas, tamanduás e
até mesmo jacarés. Ocasionalmente esses felinos atacam e devoram
grandes serpentes (jibóias e sucuris), quando a fome aperta e
não encontram outra presa. Na Venezuela foram registrados casos
de onças a devorar sucuris adultas. Enquanto os outros grandes
felinos matam suas vítimas, mordendo-as no pescoço, a onça o faz
atacando-as diretamente na cervical, graças a suas mandíbulas
poderosas, as mais fortes de todos os felinos e a segunda mais
forte entre os carnívoros terrestres. Esses felinos
frequentemente matam animais como a capivara e pequenos macacos
mordendo lhes o crânio, sendo o único felino a fazer isto. A
mordida de uma onça pode facilmente atravessar o casco de uma
tartaruga. Apesar disso, a onça não se furta em comer pequenos
animais se a chance lhe aparece.
Reprodução
As onças-pintadas são
solitárias e só buscam a companhia de um par durante a época de
acasalamento. A gestação dura em média 100 dias e até quatro
filhotes podem ser gerados. Estes nascem cegos e passam a
enxergar após 2 semanas. A fêmea só cria até dois por ninhada,
permanecendo os filhotes com a mãe até os dois anos de idade. Os
machos atingem a maturidade sexual em torno dos três anos,
enquanto as fêmeas alcançam com dois anos. Em cativeiro, as
onças vivem até 20 anos. A expectativa de vida para animais
selvagens cai pela metade.
Status de conservação
A caça pela pele, a destruição
de seus habitats, o isolamento populacional e a caça e
envenenamento por parte de pecuaristas têm contribuído para o
declínio do números de onças em toda a América.
A onça-pintada extinguiu-se nos Estados Unidos da América em
1986, tendo sido avistada pela última vez no Arizona.
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Pantera-negra
Dados gerais
Comprimento: Até 2,10
m
Peso: Cerca de 110 kg (P. onca palustris)
Gestação: 100 dias (média)
Número de filhotes: De 1 a 4
Longevidade: 20 anos
Hábito alimentar: Carnívoro; noturno e crepuscular
Alimentação: Queixadas, tamanduás, antas, capivaras,
pequenos macacos, entre outros.
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Curiosidades
A onça-pintada é o único grande
felino que não ruge.
Simulações bio-mecânicas mostraram que a mordida da onça é mais
potente dentre todos os felinos, superando a do tigre.
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