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Manoel Gonçalves Portugal
O patriarca de Rio Claro


 
manoel gonçalves portugal - o patriarca

Nasceu em Barrozo, província portuguesa de Trás-os-Montes e veio para o Brasil casando-se com Maria Isabel de Sousa, filha de Antonio Gonçalves de Moraes e Rita Maria de Jesus, irmã do Barão de Piraí - José Gonçalves de Moraes, cunhado e sogro do rei do café, Joaquim José de Sousa Breves. As famílias mais ricas conservavam e aumentavam suas riquezas através dos casamentos entre as linhagens mais favorecidas.

Estabelecendo-se em grande extensão de terras em Capivary em 1797, ergueu a fazenda de Santo Antônio da Cachoeira, onde viveu toda sua vida, falecendo em 1817.

Juntamente com seus filhos contribuiu para o desenvolvimento de Capivary e outras localidades, aumentando o tráfego comercial principalmente em Lídice e Rio Claro em direção a Angra dos Reis, graças ao seu poderio econômico e político.

Um de seus filhos, Joaquim Gonçalves Portugal casou-se com uma sobrinha, Rita Clara de Souza e teve onze filhos. Estabeleceu sua família nas fazendas do Rola e depois em Sant'anna. Esta fazenda resiste até hoje.

Construída em 1821-1840, a sede tinha 6 salas, 1 capela, 18 quartos, cozinha, copa, despensa e demais cômodos como senzala, engenhos de café e de aguardente, tulhas, paióis, moinhos de fubá e também o cemitério, existente até hoje.

Este movimento serviu de ponto de comércio e de abastecimento de todas as tropas que iam para Angra.

A partir destas fazendas, foram surgindos novas aglomerações populacionais que sediavam núcleos urbanos dedicados ao comércio. Através da Lei 270 de 8 de maio de 1842, Capivary, ainda curato do município de São João do Príncipe, transforma-se em freguesia, sendo sua capela erguida às expensas de seus moradores, em orago a Santo Antônio de Capivary.

Em 1849 existiam as seguintes casas de negócio: 11 lojas de secos e molhados, fazendas, ferragens e uma com ferreiro, 2 tendas de ferreiro, 1 loja de sapateiro e 1 engenho de aguardente.

Em 1872, Capivary foi registrado com uma área de 318,08 km2, numa média de 7 habitantes por km2, uma população livre de 2.330 pessoas, sendo que 9 eram eleitores, ou seja, com renda líquida anual de 200$ por bens de rais, indústria, comércio ou emprego.

Existiam ainda 2 escolas e professores particulares, inspetores escolares, alfaiates, carpinteiros, carreeiros, negociantes, sapateiros, fiscal da freguesia, vigário e clérigo.

O tráfego de mercadorias naquela época se dava pelo caminho traçado pelo rio Piraí, por São João Marcos e pelo escoadouro de Mangaratiba. Em 2 de novembro de 1910 foi inaugurada a estação de trens da Estrada de Ferro Oeste de Minas (depois integrada à Rede Mineira de Viação) numa altitude de 554 m, favorecendo ainda mais a ligação de Lídice ou Capivary ao porto de Angra, que embora muito próximo de São João Marcos, teve seu canal de comunicação de comércio mais voltado para Angra.

Após a decadência da economia cafeeira e da abolição da escravatura, a região empobrecida voltou-se cada vez mais a policultura de subsistência e pecuária. Administrativamente, Capivary ficou ligado à vila de Rio Claro, a partir da separação de São João Marcos em 1849.

Genealogia:

Antônio Gonçalves de Morais, nascido em 1750, português de Miranda d'Oiro, e de d. Rita Clara de Souza, filha de Antônio Paula de Souza, fazendeiro paulista de Itu. Pais de:

f1) José Gonçalves de Morais - BARÃO DE PIRAÍ (com grandeza, a 18 de julho de 1841). Nascido em 1776 em São João Marcos, Estado do Rio de Janeiro, faleceu em 10 de outubro de 1859 em sua Fazenda dos Três Saltos em Piraí. Casado com CECÍLIA PIMENTA DE ALMEIDA FRAZÃO DE SOUZA BREVES - BARONESA DE PIRAÍ (com grandeza), nascida em 1782 e falecida em 06 de julho de 1866 em sua Fazenda dos Três Saltos.

f2) Padre Joaquim Gonçalves de Moraes

f3) Maria Isabel de Souza - casada com MANOEL GONÇALVES PORTUGAL. Pais de:

n1) Joaquim Gonçalves Portugal - casado com sua sobrinha Rita Clara de Souza. Pais de:

b1) Joaquim Gonçalves de Souza Portugal

b2) José Gonçalves de Souza Portugal

b3) Aureliano Gonçalves de Souza Portugal

 
 

 

 

 

     

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História do Café no Brasil Imperial - Rio de Janeiro, RJ.