Em 1868,
Joaquim José Gonçalves de Moraes acusa seu cunhado Joaquim José de
Souza Breves de invadir sua fazenda em Piraí, localizada no
município de São João do Príncipe.
Alega que havia comprado as terras.
Em 1872, um processo de embargo é aberto pelo mesmo Joaquim Moraes
contra Joaquim Breves pela posse da fazenda em Piraí.
O conflito se estende até 1876, quando Joaquim Breves acusa Joaquim
Moraes de estar ocupando ilegalmente as terras da mesma fazenda.
Em 1878, em outro processo encontramos mais uma vez as disputas
referindo-se a questão de transmissão de patrimônio.
Armando de Moraes Breves relata essa briga
pelas terras em "O reino da Marambaia".
Essa disputa entre os comendadores Breves
("rei do café") e Moraes (filho dos barões de Piraí) influenciava a
disputa do jongo dos escravos dos Breves. Cantavam na roda:
"Breves com Moraes todo dia tá demandando
Todo dia tá demandando por causa de terra de Belém
Terra sendo meu, boto divisa no meio".
E no maculelê, batiam os paus:
"Sô cassange de Breves!
Sô cabinda de Moraes!"
Agrippino Griecco também relata sobre o litígio:
"E o auto corre. Pequenos bichos fogem diante do
carro de fogo. Luiz Breves, ainda um tanto orgulhoso de que tudo
aquilo tenha sido de sua gente, garante-nos serem aquelas terras
fertilíssimas. Quantas arrobas de café desciam do morro ali ao
fundo, "o morro da Demanda", assim chamado porque envolvido em
raivoso litígio forense durante duas décadas! Numa das abas do
morro, uma choupana e uma preta com o filhinho ao colo, sugando mais
do que uma ventosa..." (Viagem a São João Marcos e Mangaratiba - por
Agrippino Griecco e Luiz de Souza Breves em 1927).
A briga terminou com a morte de Joaquim Moraes. O
"rei do café" foi até a casa do sobrinho e entregou a posse das
terras.
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