Em 1848, a Rebelião Praieira é
deflagrada sob o comando do capitão de artilharia Pedro Ivo Veloso
da Silveira. Começa em Olinda e espalha-se rapidamente por toda a
Zona da Mata pernambucana. Em janeiro de 1849, os praieiros lançam o
Manifesto ao Mundo, síntese de seu programa revolucionário: voto
livre e universal, plena liberdade de imprensa, trabalho como
garantia de vida para o cidadão brasileiro, efetiva independência
dos poderes constituídos e a extinção do poder moderador. Conseguem
a adesão da população urbana pobre, de pequenos arrendatários,
boiadeiros, mascates e negros libertos. Chegam a congregar cerca de
2 mil combatentes. A luta prolonga-se por mais de um ano. São
derrotados em março de 1852.
Pedro Ivo lutou na Revolução
Praieira. Seu pai, convencido pelo Governador da província de que o
filho seria perdoado, foi ao seu encontro e pediu-lhe que depusesse
as armas. Ao se entregar, o acordo não foi cumprido. Pedro Ivo
acabou preso e levado para a Fortaleza do Laje, no Rio de Janeiro.
Ajudado por amigos, conseguiu fugir para um navio estrangeiro , com
destino à Europa. Faleceu durante a viajem, tendo o corpo atirado ao
mar. O poeta Castro Alves dedicou-lhe uma de suas mais belas
poesias.
Para alguns historiadores, com a
derrota da Rebelião Praieira desaparecem os últimos resquícios do
liberalismo radical e democrático surgido durante o processo de
independência. Seu fim facilita a política de conciliação entre
liberais e conservadores, característica do segundo reinado.
A Fortaleza da Laje teve sua
construção autorizada em 1644 na Ilha da Laje da baía de Guanabara.
Com 7.900 m2., era conhecida pelos franceses pelo nome de Ratier.
Trata-se de uma pequena ilhota, que por ser rasa, originou-se o nome
Laje. Foi usada como prisão política, lá estando preso José
Bonifácio, seus irmãos e companheiros. O combate decisivo da
Praieira se deu em Recife em 2 de fevereiro de 1849, com a vitória
das forças legais. Pedro Ivo foi preso e encarcerado na fortaleza da
Laje, no Rio de Janeiro juntamente com Cipriano Barata e Miguel de
Frias, que dela conseguiram fuga espetacular.
Fugindo da fortaleza, Pedro Ivo é
levado na carruagem de Teófilo Ottoni para a casa do Senador José
Martiniano de Alencar. Joaquim Breves, fervoroso adepto do
partido liberal, protege os revoltosos de Pernambuco, homisiando
Pedro Ivo em uma de suas fazendas.
Passado o perigo com o fim da
revolta, Pedro Ivo embarca da Fazenda da Marambaia de volta para o
Recife.