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A rebelião Praieira e Pedro Ivo

Capitão Pedro Ivo.


Os moderados do Partido Liberal retornam ao poder em 1844, mas mantêm as leis centralistas que antes combatiam. A ala radical do partido rebela-se. O maior foco oposicionista concentra-se em Pernambuco, onde o governo provincial está nas mãos de Antônio Chichorro da Gama, um liberal radical ligado ao Grupo da Praia – chamado assim porque se reúne em torno do jornal O Diário Novo, instalado na rua da Praia. Os praieiros também se voltam contra parcelas dos grandes proprietários rurais e comerciantes portugueses.

Em 1848, a Rebelião Praieira é deflagrada sob o comando do capitão de artilharia Pedro Ivo Veloso da Silveira. Começa em Olinda e espalha-se rapidamente por toda a Zona da Mata pernambucana. Em janeiro de 1849, os praieiros lançam o Manifesto ao Mundo, síntese de seu programa revolucionário: voto livre e universal, plena liberdade de imprensa, trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro, efetiva independência dos poderes constituídos e a extinção do poder moderador. Conseguem a adesão da população urbana pobre, de pequenos arrendatários, boiadeiros, mascates e negros libertos. Chegam a congregar cerca de 2 mil combatentes. A luta prolonga-se por mais de um ano. São derrotados em março de 1852.

Pedro Ivo lutou na Revolução Praieira. Seu pai, convencido pelo Governador da província de que o filho seria perdoado, foi ao seu encontro e pediu-lhe que depusesse as armas. Ao se entregar, o acordo não foi cumprido. Pedro Ivo acabou preso e levado para a Fortaleza do Laje, no Rio de Janeiro. Ajudado por amigos, conseguiu fugir para um navio estrangeiro , com destino à Europa. Faleceu durante a viajem, tendo o corpo atirado ao mar. O poeta Castro Alves dedicou-lhe uma de suas mais belas poesias.

Para alguns historiadores, com a derrota da Rebelião Praieira desaparecem os últimos resquícios do liberalismo radical e democrático surgido durante o processo de independência. Seu fim facilita a política de conciliação entre liberais e conservadores, característica do segundo reinado.

A Fortaleza da Laje teve sua construção autorizada em 1644 na Ilha da Laje da baía de Guanabara. Com 7.900 m2., era conhecida pelos franceses pelo nome de Ratier. Trata-se de uma pequena ilhota, que por ser rasa, originou-se o nome Laje. Foi usada como prisão política, lá estando preso José Bonifácio, seus irmãos e companheiros. O combate decisivo da Praieira se deu em Recife em 2 de fevereiro de 1849, com a vitória das forças legais. Pedro Ivo foi preso e encarcerado na fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro juntamente com Cipriano Barata e Miguel de Frias, que dela conseguiram fuga espetacular.

Fugindo da fortaleza, Pedro Ivo é levado na carruagem de Teófilo Ottoni para a casa do Senador José Martiniano de Alencar. Joaquim Breves, fervoroso adepto do partido liberal, protege os revoltosos de Pernambuco, homisiando Pedro Ivo em uma de suas fazendas.

Passado o perigo com o fim da revolta, Pedro Ivo embarca da Fazenda da Marambaia de volta para o Recife.

 

 

 

 

     

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