O Barão de Louriçal

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Retratos de Francisco de Assis Monteiro Breves, Barão do Louriçal, nas mãos do Sr. Francisco na fazenda dos Alpes em Mar de Espanha, MG.
Foto: Hélio Sérgio F. Teixeira.

 
 

 

 

 

 

 

 

Retrato do Barão do Louriçal, fazenda dos Alpes em Mar de Espanha, MG. (ampliação)
Foto: Hélio Sérgio F. Teixeira.

 
 

Fazenda Porto Alegre, Itaperuna, RJ.

Foi nesse pedaço de chão que nasceu Itaperuna, pois a Fazenda Porto Alegre foi a primeira demarcação de terras na cidade e seu construtor foi José Lanes Dantas Brandão, desbravador da região. A Porto Alegre, sempre imponente e cobiçada, teve como proprietário o senhores Abreu Lima, Dezidério Antonio Nunes, Francisco Lanes Dantas Brandão (irmão e adversário político do fundador), Comendador José Cardoso Moreira, Barão de Louriçal - Francisco de Assis Monteiro Breves, Cel Luiz Eugênio Monteiro de Barros e Ábido Bussade. A casa-sede recepcionou, quando Comendador Cardos Moreira era o dono, o Imperador D. Pedro II. A visita foi motivada pela inauguração, em 1883, da estrada de ferro Carangola. E, o Sr. Ábido Bussade (proprietário a partir de 1947) recebia frequentemente os governadores do Estado, como Amaral Peixoto e Celso Peçanha. (Pedro Rodrigues).

 
     
  O barão Breves e seu testamento  
     
  Francisco de Assis Monteiro Breves, o Barão de Louriçal, era solteiro e sem herdeiros forçados. Filho do Major José Luiz de Souza Breves e de d. Amélia Augusta Monteiro Breves, natural de São José de Além Paraíba. No Dicionário das Famílias Brasileiras, p. 545, consta que o Barão de Louriçal nasceu em 1847 e faleceu em 1894.

Proprietário de uma próspera fazenda cafeeira em Mar de Espanha e de duas grandes propriedades agrícolas em Itaperuna (RJ), uma delas utilizadas para extração de madeiras, elaborou seu testamento em 1894, dispondo suas últimas vontades.

Nele registrou o relacionamento com algumas de suas ex-escravas e reconheceu a paternidade de determinados filhos delas. Alegou:

"Que por fraqueza humana teve com suas ex-escravas, de nomes Generosa, Virgínia, Amélia, Benvinda, Lourença (já falecida) e Balbina, diversos filhos os quais existem e são os de nomes Francisca, Maria, Roberta, Virgilio, Orestes, Gumercindo, Ernestina, João, Geraldo, Ignez, Cyrillo, Luiz e Rita, sendo os sete primeiros com Generosa, o oitavo com
Virginia e o nono, digo, nono e décimo com Amélia, o décimo primeiro com Benvinda, o décimo primeiro, digo, segundo com Lourença e finalmente o décimo segundo, digo, terceiro, com Rita, os quais ele testador os reconhece como seus filhos como se fossem de legítimo matrimônio e os institui seus universais herdeiros".

 
 
 
Interior da casa. Fazenda Porto Alegre. Foto: Pedro Rodrigues.   Aspectos da fachada. Fazenda Porto Alegre. Foto: Pedro Rodrigues.

Além de reconhecer a paternidade e instituir universais herdeiros aos seus filhos mestiços, o Barão também deixou legados para as mães deles – Generosa, Virgínia, Amélia, Benvinda e Balbina.

Os relacionamentos do Barão com as cativas foram simultâneos, uma vez que filhos tidos com mães diferentes tinham a mesma idade. De qualquer forma, Generosa devia ser a
sua predileta, pois com ela teve sete filhos e para ela deixou a fazenda Porto Alegre, em Itaperuna (RJ), com todas as suas benfeitorias. Para todas as cinco ex-cativas com as quais teve filhos, e ainda vivas quando ele fez o testamento, incluindo Generosa, ele legou os remanescentes de sua terça.
 
Altar principal da capela da fazenda dos Alpes. Mar de Espanha, MG. Foto: Fazendas - Solares da Região Cafeeira do Brasil Imperial. Autor: Pires, Fernando Tasso Fragoso. Editora: Nova Fronteira.
     
 
Capela da fazenda dos Alpes. Mar de Espanha, MG. Foto: Fazendas - Solares da Região Cafeeira do Brasil Imperial. Autor: Pires, Fernando Tasso Fragoso. Editora: Nova Fronteira.   Altar lateral da capela da fazenda dos Alpes. Mar de Espanha, MG. Foto: Fazendas - Solares da Região Cafeeira do Brasil Imperial. Autor: Pires, Fernando Tasso Fragoso. Editora: Nova Fronteira.

Sua propriedade mais próspera era a fazenda dos Alpes (Mar de Espanha), que possuía cerca de 586 alqueires de terras, sendo 252 deles em matas virgens.25 A fazenda era muito bem equipada e tinha milhares de cafeeiro. Em Itaperuna (RJ) o Barão possuía duas outras significativas fazendas em extensão, embora de menor valor em função de suas atividades: a Porto Alegre - com uma área de 500 alqueires geométricos de terras, metade  deles em matas virgens – e a Serraria, com 150 alqueires de terras.

 
     
 

Fonte: GUIMARÂES,Elione Silva. LIBERTOS, PATRIMÔNIO E CONFLITOS NAS MINAS GERAIS OITOCENTISTA (Juiz de Fora e Mar de Espanha).Professora e pesquisadora do Arquivo Histórico de Juiz de Fora/Diretoria de Administração e Recursos
Humanos/Prefeitura de Juiz de Fora. Pesquisadora do Núcleo de Referência
Agrária da Universidade Federal Fluminense.

 
     
 

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