Colégio Pedro II

 

 

Monsenhor Breves. O catedrático  da família.

Monsenhor João Onofre de Souza Breves nasceu em 12 de junho de 1838, em Arrozal, Piraí,  RJ. Filho de José Joaquim de Souza Breves e Mariana Rita Victória. Neto de João dos Santos Breves e Josefa Maria da Conceição.
Fez seus estudos preparatórios num Seminário no Rio de Janeiro e depois foi para Roma completar seus estudos se formando em Teologia aos 21 anos.
Retornando ao Rio, foi vigário em Angra dos Reis,  Mangaratiba,  Inhaúma e Engenho Novo. Em 1881, fez concurso para o Imperial Colégio Pedro II onde foi professor catedrático de italiano.
Monsenhor camarista íntimo de Sua Santidade, Doutor em Direito Canônico e Vigário Encomendado da Freguezia de Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis.
Personalidade forte e temperamento severo atuando na política, magistério e religião, granjeou inúmeras amizades como também muitos desafetos por conta de um mau humor perene. Lopes Trovão,  um angrense, desafiou-o abertamente quando estudou no Pedro II, sendo punido por indisciplina.
No Império e na República sua atuação foi exemplar e por isso, a notícia da morte do velho sacerdote aos 82 anos de idade causou grande consternação.
Viveu longos anos numa chácara que mandou construir em 1882 na
Rua Francisca, 37 no Engenho Novo, Rio de Janeiro.
Em seus momentos de folga o velho monsenhor gostava de pescar na Marambaia, lugar paradisíaco que foi propriedade do comendador Joaquim José de Souza Breves, rei do café,  seu tio avô.

Na família, Monsenhor Breves esteve presente em todas as ocasiões religiosas,  como em batizados, casamentos,  como por exemplo o de Ana Clara Breves de Moraes Costa com o fidalgo russo Maurice Haritoff em 11 de outubro de 1865, na presença do comendador José de Souza Breves, do Primeiro Secretário da Legacão Imperial da Rússia Theodor Smirnoss, e Luiz de Lima e Silva, na residência dos pais da noiva.
Foi pároco da freguesia de Angra dos Reis, comissário da Ordem Terceira de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte, deputado na Assembleia Provincial do Rio de Janeiro, e no regime da República, eleito Intendente Municipal por acumulação de votos.
Quando houve a Proclamação da República,  Sampaio Ferraz, então Chefe de Polícia, o nomeou sub-delegado na freguesia do Engenho Novo para acabar com malandros e ladrões que infestavam aquela localidade.
Monsenhor Breves morreu de congestão cerebral às 4 horas da tarde em sua chácara do dia 15 de junho de 1920.
Ao seu enterro compareceram uma grande quantidade de amigos e uma comissão de professores doutores: Henrique Dodsworth, Pedro do Couto e Mendes de Aguiar,  representando a diretoria e administração do Colégio,  que encerrou as atividades naquele dia para prestar sua homenagem.
Uma coroa de flores naturais dizia tudo: "Ao venerando Monsenhor Breves - o Colégio Pedro II ".

Escreveu importantes obras:

Considerações gerais, decomposição da língua italiana ; origem da língua italiana ; primeiros escritores ; dialético ; hibridismos e idiotismos.
Tese de concurso nas cadeiras da língua italiana no Imperial Colégio Pedro II. Rio de Janeiro, 1878.

Letras de equivalência e permuta das consoantes no italiano. Tese de concurso na cadeira de professor substituto da língua italiana no Imperial Colégio Pedro II. Rio de Janeiro, 1886.

A paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, escrita com versos de Virgílio pelo padre Pietro Angelo Spera, apresentada pelo padre Giovanni Dulcetti e vertida em português pelo monsenhor Breves. Rio de Janeiro, 1884.

Fontes:

Livro de Casamentos, Matriz de Santana do Piraí,  folha 129, v E,  130. Transcrito por José Maria Campos Lemos - Arquivo Municipal de Piraí - RJ.

Jornal "A Noite".16 de junho de 1920. Quarta-feira.

Annuario Pontificio. 1864. Famiglia Pontificia. Cameriere Segreti Sopranumerari. Monsignori.
 
 
     
     
     
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