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O clube da Lavoura
Brasil Gerson, autor de "A escravidão no
Império", relata que a criação do Clube da Lavoura em 16 de junho de 1871, na sede do Clube
Fluminense, na Rua do Passeio (atual Automóvel Clube).
A reunião presidida pelo Comendador Joaquim Breves representando o
Vale fluminense, contou com a ativa presença de grandes fazendeiros de café
fluminenses, paulistas, mineiros e de outros estados: Entre eles o conde de Bonfim, o Barão de
Mesquita, etc.
O
prédio já foi residência do barão de Barbacena, sede da Sociedade de
Baile Assembléia Fluminense, da Sociedade Cassino Fluminense e do
Automóvel Clube do Brasil. Foi inaugurado em 1860 com um baile de
gala com a presença do imperador Pedro II.
O Clube foi fundado na Corte com cerca de 600
sócios, em maio de 1871, em função principalmente da discussão da
Lei do Ventre Livre, que se iniciava no Parlamento. O Clube da
Lavoura e do Comércio era apenas um entre vários exemplos do
exercício do "direito de petição" que proliferou naquele ano, quando
foram enviadas 33 representações à Câmara e 11 ao Senado na
esperança de fazer barrar no Parlamento a reforma do elemento servil
patrocinada pelo gabinete Rio Branco. Os planos traçados pelo Clube reduziam-se na prática à
criação de um fundo de emancipação, eliminando-se tanto o
dispositivo das alforrias forçadas quanto a própria liberdade do
ventre. Reduzia-se, em suma, a esfera de ação do Estado sobre a
escravidão, pois nos planos do Clube da Lavoura (que em sua modesta
opinião era a vontade do país), qualquer reforma no regime de
trabalho não poderia ser realizada senão pelos próprios senhores de
escravos.
Participantes do
Congresso Agrícola de 1878. Sinimbú, do Partido Liberal era o
Ministro da Agricultura. |
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Conde de Bonfim |
Visconde de Sinimbú |
Comendador Joaquim Breves |
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Maria Fernandes Lombardi em "A esperança e o
desencanto: Silva Jardim e a República, diz que:
Não só o movimento abolicionista cresce na
década de 80, mas também a reação a ele. São fundados inúmeros
"clubes da lavoura" por parte de fazendeiros que estavam cada vez
mais assustados com os rumos do movimento. Esses clubes e associações
formam milícias armadas para proteger fazendas, destruir quilombos e
intimidar abolicionistas em geral. O que se percebe é um
crescimento da violência, principalmente no campo, o que leva a
discussões inflamadas e acusações de ambos os grupos -
abolicionistas e escravagistas - no parlamento.
Uma análise do professor Francisco de Alencar
de Sousa demonstra a urgência da situação da cafeicultura
brasileira. Logo após a fundação do Clube da Lavoura, em julho de
1878, foi realizado o Congresso Agrícola, onde entre outras coisas
foi discutida a importação de mão-de-obra européia e chinesa para o
Brasil, visando à substituição do escravo.
Alguns itens do questionário aposto ao convite
do Congresso foram respondidos pelos lavradores, fazendeiros e
políticos sobre a situação do café. A falta de mão-de-obra foi a
constante nas respostas.
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Fontes: Brasil Gerson, A escravidão e o império.
Revista de História. ISSN 0034-8309 versão
impressa. Rev. hist. n.136 São Paulo jul. 1997. Artigos. Liberdade,
cidadania e política de emancipação escrava. Jefferson Cano.
Doutorando em História Social pela UNICAMP. http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S0034-83091997000100008&script=sci_arttext
FERNANDES, Maria Fernanda Lombardi. A esperança e o desencanto:
Silva Jardim e a República. Humanitas, FAPESP.pg.37
SOUSA, Francisco Alencar de. Leitura e Leitores: As experiências
de leitura da elite cafeeira.
Congresso Agrícola de 1878. Rio de Janeiro. |
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