Quilombos e o Jongo

Nas pesquisas de campo, antes e no decorrer do projeto, em meio a Jongos, Calangos e Folias, retornava-se freqüentemente ao século XIX. Do litoral Sul Fluminense, ao antigo Vale do Paraíba, histórias se reconstruíram, rememorando os últimos desembarques de africanos no Rio de Janeiro, os "causos" do Tempo do Cativeiro, e as memórias das vidas construídas com as doações de terras e o fim da escravidão. Em todas essas histórias, que na maioria das vezes são lembranças próprias de família, revisitava-se constantemente um tempo: "o tempo dos Breves".
Essas lembranças aparecem na maioria das vezes ligadas a Joaquim e José Breves, a suas fazendas e aos seus escravos. As antigas fazendas da Marambaia e Santa Rita do Bracuí, no litoral Sul-Fluminense e, no antigo Vale, as fazendas da Cachoeirinha, do Pinheiro, agora em ruínas, e o grande reduto de Joaquim Breves, a fazenda de São Joaquim da Grama guardam histórias instigantes contadas, na maior parte das vezes, por descendentes dos últimos escravos que ali viveram.
No inventário do "rei do café" estão arroladas um total aproximado de 90 propriedades, entre fazendas, sítios, chácaras e imóveis, tanto na Corte quanto no interior da antiga província do Rio de Janeiro e nas Minas Gerais. Em sua contabilidade registrada em livros de batismo de escravos chegamos ao fantástico número de 12 mil escravos, distribuídos por suas terras e de aparentados. Sozinho, foi um dos maiores, senão o maior, escravagista do século XIX no Brasil. Seu irmão José Breves, também comendador da Ordem da Rosa, foi um grande proprietário de terras em Piraí, Barra Mansa, Arrozal e Angra dos Reis.Para entender o domínio da família Breves e o poderio dos irmãos comendadores, lembramos, que as cidades da antiga província do Rio de Janeiro, como: Piraí, Arrozal, Pinheiral, Barra do Piraí, Volta Redonda, Barra Mansa, Itacuruçá, Mangaratiba, Itaguaí, São João Marcos e São Vicente Ferrer em Resende, muitas delas, em princípio, nasceram de suas fazendas, formando pequenas vilas em redor da casa grande, depois freguesias e por fim cidades emancipadas. Todas, ao longo do último século sofreram a forte influência política desses personagens. Outras, como Além-Paraíba em Minas Gerais, passaram pelo mesmo processo devido a grande sesmaria de terras pertencentes a uma irmã de Joaquim Breves – a de São José Aventureiro, que desmembrada gerou outras cinco fazendas de porte monumental.
A elevada concentração de africanos nessas fazendas e sua distribuição pelo Vale do Paraíba Fluminense nos levam a denominar, algumas comunidades quilombolas decorrentes dessa afluência escravos, de "Quilombos dos Breves", especificamente os da Marambaia, do Bracuí, de Pinheiral, e Arrozal em Piraí, RJ, oriundos respectivamente da fazendas da Armação, do Bracuí, de São José do Pinheiro e Cachoeirinha.

 
 
 

Quilombos e o jongo nas terras dos Breves

Quilombo da Marambaia
Marambaia, viveiro da mão de obra escrava
Quilombo do Bracuí
Visita ao Quilombo do Bracuí, Angra dos Reis, RJ
Quilombolas de Santa Rita do Bracuí. O legado de José Breves.
Quilombo do Arrozal
Jongo da Cachoeira do Arrozal
Escravos do Arrozal que receberam terras do Com. José Breves
Quilombo do Pinheiro
Descendentes de escravos na União Jongueira de Pinheiral
O jongo no Salto Pequeno
Veteranos da senzala
Tia Chica
Quilombo de São José da Serra
O jongo
Preconceito e violência nos quilombos
O Jongo - patrimônio imaterial inovador
A cultura africa na mídia - Vídeos, clipes e filmes
Encontro de jongueiros

 
 

 

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